Rio de Janeiro, 30 ago (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou nesta segunda-feira que redigirá um novo decreto para detalhar como será extinta a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), após receber duras críticas nos últimos dias ao extinguir a zona e autorizar a exploração de minério.

Segundo o ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o novo decreto vai esclarecer ponto por ponto a extinção da Renca a fim de preservar as reservas indígenas e as unidades de conservação existentes na região e impedir a mineração ilegal.

O decreto assinado na semana passada será revogado, segundo informou um comunicado da Presidência da República

Por sua vez, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse à imprensa que se gerou uma "confusão' com diferentes interpretações sobre o que seria extinto naquela área.

"A maior parte da sociedade concluiu que estávamos afrouxando as regras contra o desmatamento na Amazônia, que a estávamos abandonando mas isso não corresponde à realidade, pelo contrário", assegurou.

O decreto assinado na terça-feira passada pelo presidente Michel Temer autorizou a extinção da Renca, medida que gerou questionamentos por parte de ambientalistas, celebridades, cidadãos e a imprensa internacional.

Uma das celebridades que se manifestou foi a modelo brasileira Gisele Bündchen: "Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados", postou em seu twitter. A mensagem foi retwitada 450 mil vezes e recebeu 1,4 milhão de "likes".

Situada entre os estados do Pará e Amapá (norte do país), a reserva conta com uma área protegida de 47 mil quilômetros quadrados e foi criada em 1984, durante a ditadura militar.