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Entrevista: China continuará sendo principal motor do crescimento global, diz economista-chefe do FMI

Fonte: Xinhua    25.07.2017 14h27

Kuala Lumpur, 25 jul (Xinhua) -- O crescimento da China continuará a ser um dos principais motores para uma recuperação firme da economia mundial, disse na segunda-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Maurice Obstfeld, conselheiro econômico e diretor de pesquisa do FMI, fez os comentários em uma entrevista exclusiva à Xinhua no momento em que o FMI revisou as previsões de crescimento da China de 2017 e 2018 para 6,7% e 6,4%, respectivamente.

O relatório atualizado da Perspectiva Econômica Mundial, publicada na segunda-feira em Kuala Lumpur, capital da Malásia, que veio dias depois que a China divulgou seu desempenho do segundo trimestre mais forte do que o esperado, foi uma reflexão do primeiro trimestre sólido apoiado pelo alívio político anterior e reformas no lado da oferta, incluindo os esforços para reduzir o excesso de capacidade no setor industrial, informou o FMI.

"Observamos um crescimento muito forte e, especialmente, mais longe que nossa atualização, o número do segundo trimestre de 6,9% também supera a expectativa. Claramente o crescimento está avançando", assinalou Obstfeld.

"O forte crescimento chinês impulsiona o crescimento, particularmente na região asiática, mas também em todo o mundo", segundo ele, notando que a China é um grande contribuidor para o crescimento geral e tem um efeito de arrasto muito extenso para a economia mundial.

Como a China está transformando sua economia do setor tradicional de manufatura aos setores orientados por serviços e consumo, sua transformação estrutural e o reequilíbrio econômico devem diminuir a taxa de crescimento e pôr o crescimento em uma base mais firme ao longo do tempo, indicou o economista-chefe.

"É muito significante para a economia mundial que a China não apenas cresça a uma taxa forte, como também cresça de forma estável, uma forma confiável sem grandes flutuações", destacou Obstfeld.

O economista expressou as preocupações do FMI com o crescimento impulsionado por crédito da China e algumas vulnerabilidades em seus sistemas financeiros que podem desacelerar o crescimento, mas também apontou que o governo chinês está reconhecendo claramente essas questões e tomou ações concretas.

A recente coordenação intensificada entre o Banco Popular da China e o Conselho de Estado na supervisão financeira "é um grande avanço" que levará a uma supervisão mais efetiva dos mercados financeiros, acrescentou.

A China anunciou que estabelecerá um comitê subordinado ao Conselho de Estado para supervisionar a estabilidade financeira e o desenvolvimento durante a recente Conferência Nacional de Trabalho Financeiro.

Obstfeld disse que a China entrou no debate de globalização de forma positiva, o que ajudará não só as principais economias como também outros países.

Ele indicou que a China pode tomar medidas concretas para promover o sistema global e que a Iniciativa do Cinturão e Rota é "muito importante" nesse contexto.

Proposta pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013, a Iniciativa do Cinturão e Rota, incluindo o Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21, tem como objetivo construir redes de infraestrutura e comérico que conectam a Ásia com a África e a Europa ao longo e além das antigas rotas comerciais.

A iniciativa não só promete uma série de investimentos proveitosos na infraestrutura, como também cortará o custo comercial entre partes muito importantes do mundo, o que promove o comércio internacional e a prosperidade em toda a Eurásia, acrescentou.

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