Anya, uma estudante russa de 14 anos, pratica caligrafia durante um campo de férias sobre cultura chinesa, na província de Heilongjiang, na China.

A mais recente pesquisa realizada pela Yaroslavl National Normal University revelou que o número de estudantes de mandarim na Rússia aumentou mais que duplicou na última década.

Um total de 17 mil estudantes russos aprendiam mandarim em 2007, de acordo com a pesquisa, números que ascenderam aos 56 mil em 2017.

A pesquisa revela que a forma mais comum de estudar mandarim é através da realização de um curso na universidade, com 39% dos estudantes inquiridos a frequentar outros cursos de línguas.

Em 1997 apenas 18 universidades ofereciam cursos de mandarim, sendo que atualmente existem já 179 universidades a lecionar a língua chinesa, quase dez vezes o número de instituições registradas há 20 anos.

Sveta, professora de mandarim da Universidade Russa de Economia Superior, afirmou que tinha apenas cinco colegas quando estudava mandarim em 2004, período durante o qual havia ainda uma seleção muito limitada de livros didáticos.

No entanto, atualmente, ela ensina mais de 30 estudantes de mandarim todas as semanas e o seu departamento conta já com 15 professores deste idioma. "Temos agora uma ampla gama de materiais didáticos", acrescentou.

A pesquisa revela que o surgimento da febre do mandarim entre os cidadãos russos deriva de uma relação cada vez mais próxima entre a China e a Rússia.

Com o aumento dos intercâmbios culturais e contatos comerciais, os cidadãos percebem que a aprendizagem de línguas é cada vez mais importante na comunicação internacional e no desenvolvimento pessoal.

O Ministério de Desenvolvimento Econômico da Rússia confirmou que havia 208 empresas financiadas pela China no Maritime Kray, um estado russo, e o número de turistas entre a China e a Rússia ultrapassou os dois milhões em 2016.

De acordo com a pesquisa de Yaroslavl, mais de 100 universidades, bem como algumas escolas primárias e secundárias, começaram já a abrir cursos de mandarim, como resposta à demanda de uma sociedade onde cada vez mais pessoas escolhem o mandarim como segunda língua estrangeira.

Além disso, a pesquisa estima que a Rússia incluirá o mandarim no sistema de exames nacionais até 2020.