Presidente Maduro renova apelo ao diálogo com a oposição na Venezuela

Fonte: Xinhua    18.07.2017 10h15

Caracas, 18 jul (Xinhua) -- O presidente venezuelano Nicolas Maduro reiterou o seu apelo ao diálogo político com o partido de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) no domingo.

Isso aconteceu no dia em que seu governo realizou um teste para as eleições de 30 de julho para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), enquanto a MUD realizou um referendo não oficial para permitir que o povo venezuelano expresse seu apoio ou rejeição à ANC do governo.

"Eles (MUD) tiveram uma consulta tranquila hoje (...) Eu lhes digo que não fiquem loucos, pedimos que eles voltem à paz, se sentem e conversem, para começar um novo ciclo de diálogo buscando a paz," disse Maduro durante uma entrevista por telefone dada à estatal Venezolana de Televisión.

Ele pediu à oposição para recuperar "um caráter democrático" e "isolar" os setores que Maduro culpou pelos protestos violentos.

"Devemos estar conscientes das diferenças que temos no país, devemos resolvê-las com a paz, votos e não balas, com tolerância e com a democracia", continuou Maduro.

Maduro criticou o referendo organizado pela MUD dizendo que teve pouca participação, mas afirmou que a simulação da votação da ANC como tendo visto uma participação "muito grande", maior do que qualquer eleição em 18 anos.

Seu apelo à paz pode ter sido afetado pela morte de uma mulher, Xiomara Scott, 61, em um centro de votação para o referendo da MUD.

No final de domingo, o promotor-geral emitiu uma declaração afirmando que um tiroteio na cidade de Catia, a oeste de Caracas, havia matado Scott e outras três pessoas que estavam do lado de fora do centro de votação.

No entanto, os representantes da MUD rapidamente atribuíram o ataque a "grupos armados" ligados ao governo.

O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, membro da MUD, enviou uma carta a Maduro e ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino Lopez, no qual afirmou que o exército foi o responsável pelas mortes.

A morte de Scott eleva o número total de pessoas mortas desde os protestos anti-governo que começaram no início de abril para 95.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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