A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu no domingo (21) o impeachment do presidente Michel Temer, depois de a gravação onde o último concorda em comprar silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ter sido revelada.
Através de um comunicado, a OAB disse que seu Conselho Federal decidiu no domingo entregar à Câmara dos Deputados um pedido de abertura do processo do impeachment de Temer.
O Conselho Federal da OAB tem representantes oriundos dos 27 estados do Brasil, entre os quais, 25 votam pelo impeachment, um contra e um se absteve.
A entidade afirmou ainda que havia formado uma comissão para analisar os documentos revelados na quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após a gravação ter sido tornada pública por Joesley Batista, um dos donos da JBS, uma das principais empresas do agronegócio no Brasil.
O STF também abriu uma investigação contra Temer por alegada obstrução à justiça.
O relator da OAB, Flavio Pansieri, disse que Temer abandonou seu dever de denunciar os crimes que ouviu durante o encontro com Batista em março.
Em 1992, o OAB pediu o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, que renunciou antes de ser afastado do cargo por acusação de corrupção. Em 2016, a entidade pediu o impeachment de Dilma Rousseff.
Até o último domingo, a Câmara dos Deputados recebeu pelo menos nove requerimentos para o impeachment de Temer. No entanto, o presidente recusou-se a renunciar, alegando que a gravação de Batista foi manipulada e que não havia feito nada de errado.