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Como o Cinturão e Rota muda vidas em todo o mundo

Fonte: Xinhua    16.05.2017 14h06

Beijing, 16 mai (Xinhua) -- Uma menina laociana sem dentes, uma estudante desiludida no Camboja, ou um homem sírio em Aleppo dilacerado pela guerra.

Superficialmente eles parecem ter pouco em comum. Mas suas vidas se tornaram entrelaçadas ao longo do Cinturão e Rota, de uma maneira que jamais poderiam imaginar.

A China propôs a Iniciativa do Cinturão e Rota em 2013 com o objetivo de construir infraestrutura e redes de comércio para ajudar vilas, cidades e países pobres, e ajudar os países prósperos, e dessa forma trazer desenvolvimento para as jurisdições ao longo de seu caminho.

O Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21 deverão conectar países e povos na Ásia, África e Europa ao longo de antigas rotas comerciais.

NOVO SORRISO, NOVA ALEGRIA

Sorrir não mais envergonha Anuo, que agora tem seus dois dentes da frente de volta. A garota laoiana de 12 anos agora já pode sorrir e até gargalhar.

"Eu pareço muito mais feliz quando eu sorrio agora", disse Anuo, que vive em Hakai, perto do Rio Nam Mang.

Três anos atrás, ela perdeu metade de um dente dianteiro superior durante uma luta com um peixe-gato capturado por seu tio. Outro dente foi perdido quando ela caiu numa estrada lamacenta durante um aguaceiro.

Os dentes frouxos, frágeis e amarelos dos locais se deve, em sua maior parte, à água turva e fedorenta tirada do único poço durante uma seca. O que é pior, a quantidade de água era insuficiente para a aldeia.

Uma tremenda mudança aconteceu quando a empresa chinesa de construção da Estação Hidrelétrica do Rio Nam Mang, gratuitamente cavou um novo poço, juntamente com a melhoria da estrada principal da aldeia.

Mais outra surpresa para Anuo foram os exames clínicos grátis para os aldeões, arranjados pela Dongfang Electric Corporation. Foi assim que Anuo recebeu os novos dentes da frente.

"O peixe cozido pela mãe em dias de seca agora tem um gosto bom", diz Anuo.

Como Anuo, milhões em todo o mundo estão se beneficiando diretamente dos projetos do Cinturão e Rota. A Dongfang Electric Corporation completou o projeto de energia do Rio Nam Mang em 2016.

UM CAMINHO ATRAVÉS DA GUERRA

Ameer Anis, de 32 anos, é um sobrevivente da guerra. Ele se lembra da sorte que teve quando o caminhão que dirigia, já perfurado por balas, foi atingido por estilhaços após a explosão de uma mina na estrada de Aleppo até a cidade portuária de Latakia, no noroeste da Síria. A estrada era realmente dura, mas não mais do que a vida de Anis e de outras famílias sírias que viviam em meio a uma guerra. Anis escapou por pouco da morte e o caminhão permaneceu em boas condições junto com sua carga, quase uma tonelada de sabonetes sólidos que ele ajudou a produzir.

Esses sabonetes de azeitona de Aleppo, artesanato sírio tradicional, foram destinados para Tianjin, cerca de 7 mil quilômetros (km) de distância. Li Jianwei, um empresário chinês baseado na cidade portuária a cerca de 120 km a sudeste de Beijing, capital chinesa, fez este pedido e muitos outros antes.

Li descobriu o sabão de Aleppo durante uma viagem no ano 2000 à Síria. Após comprar sabonetes falsos em 2015, Li decidiu importar um produto autêntico e vender online.

A rota da antiga estrada de seda marítima se estende do rio Haihe de Tianjin até o Mar de Bohai, o Mar do Leste da China, o Mar do Sul da China, pelo Estreito de Malacca, além do Oceano Índico, do Mar Vermelho e de Latakia pelo Mediterrâneo.

As encomendas de sabão da China impediram os irmãos Anis de fugir de casa. Eles não imaginavam que a China seria o maior parceiro comercial da Síria.

UM IDIOMA TRAZ ESPERANÇA

A vida deu uma reviravolta drástica quando uma doença séria acometeu Chamraeun Sreytouch, e a forçou ficar fora da escola secundária por cinco anos. Também privou sua família de ter uma boa situação econômica.

No entanto, a vida mudou quando ela seguiu o conselho de seu pai para estudar em uma escola elementar de língua chinesa, na área de sua cidade natal na Província de Kandal. Ela não estava totalmente recuperada, mas sentia-se fortemente obrigada a ganhar dinheiro para sustentar a família. "Muitos chineses vieram para abrir fábricas, e fazer trabalho de tradução para eles seria um trabalho decente", afirmou o pai de Chamraeun.

Aprender chinês foi divertido e trouxe esperança para a jovem senhora do Camboja. Ela foi conduzida a um estudo mais aprimorado na conhecida escola chinesa Duan Hua (Toun Fa), baseada na capital Phnom Penh, e mais tarde na Universidade Real de Phnom Penh.

Devido à sua excelência acadêmica, ela teve a chance de completar seus dois últimos anos de faculdade na Universidade de Dali, na Província de Yunnan no sudoeste da China. Chamraeun então teve uma ideia: a de ajudar mais cambojanos a aprender chinês para melhorar suas chances de ter uma vida melhor. Após a graduação, ela abriu o Pei De, escola de língua chinesa em sua cidade natal. Com o desejo de continuar se aperfeiçoando, a diretora agora estuda no Instituto Confúcio em Phnom Penh com o objetivo de ir para a China concluir a pós-graduação.

"Eu poderia ter terminado trabalhando em um restaurante de fábrica", comentou ela. Ao invés disso, está entre os mais de 5 milhões de alunos matriculados em mais de 1.500 Institutos Confúcio, em 140 países ao redor do mundo.

A MUDANÇA DE KUVATOV DA CANETA PARA ESPADA

Para Timor Katayamovich Kuvatov, praticar duas horas de Kung Fu chinês tem sido uma rotina diária, além de proporcionar alívio de estresse de seu trabalho como presidente e editor-chefe da agência de notícias Kazakhstan Today.

Mas ele não é conhecido por seu trabalho na agência. Em vez disso, ele fez nome ao ganhar medalhas em competições de artes marciais no Cazaquistão, Ásia e pelo mundo, como treinador-chefe da equipe nacional de artes marciais.

Kuvatov fez uma mudança de carreira em meio à crise econômica, durante a independência do Cazaquistão da União Soviética. Ele rapidamente cresceu no negócio de notícias. Mas para Kuvatov, a prática de Kung Fu provou ser sua verdadeira paixão, e desejava evoluir suas habilidades. Com 40 anos Kuvatov decidiu começar a aprender chinês a fim compreender melhor a cultura da China e as raízes do Kung Fu.

"O Kung Fu não é apenas um esporte, é uma filosofia", ensina ele.

Nos últimos anos Kuvatov testemunhou muitos amigos seus viajando para a China, e viajantes chineses e empresas chegando ao Cazaquistão. Ele acredita que a Iniciativa do Cinturão e Rota da China, da qual o Cazaquistão é participante, levará a um aumento das trocas culturais bilaterais e intercâmbios interpessoais.

Ele também percebe uma tendência do Kung Fu ganhando terreno entre os jovens cazaques, algo que o deixa muito feliz.

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