Pesquisa revela que vírus da febre amarela sofreu mutação inédita no Brasil

Fonte: Xinhua    16.05.2017 13h44

Rio de Janeiro, 16 mai (Xinhua) -- Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Brasil concluiram que o vírus responsável pelo atual surto de febre amarela no país sofreu mutações inéditas em algumas de suas sequências genéticas, informou na segunda-feira o Ministerio da Saúde.

As variações foram detectadas depois que a equipe de cientistas finalizou a sequência genética completa do genoma do vírus e, segundo a Fiocruz, não existe registro anterior dessas mutações na literatura científica mundial.

De acordo com os pesquisadores, o imunizante adotado atualmente na vacinação protege contra diferentes genótipos do vírus, incluindo o sul-americano e o africano e que as mudanças detectadas no estudo não afetam as proteínas do mesmo.

O atual surto de febre amarela no país sul-americano é o maior das últimas décadas.O último boletim do ministério da Saúde confirmou 756 casos, com 259 mortes, a maioria em regiões rurais do país, provocadas pela infecção.

Desde o aumento de casos no Brasil, a Fiocruz fez os primeiros sequenciamentos do vírus, a partir de macacos bugios, mortos em fevereiro de 2017.

Um resultado inicial apontou que esse vírus da febre amarela pertence ao subtipo genético conhecido como linhagem sul-americana 1E, presente no Brasil desde 2008.

Ao concluir a análise, os cientistas conseguiram detectar as variações genéticas que se associam às proteínas envolvidas na replicação viral.

Segundo os pesquisadores, os impactos da descobertas para a saúde pública ainda necessitam ser investigados e apontam a necessidade de que mais amostras sejam sequenciadas, relacionadas a outros locais do Brasil e com coletas em seres humanos, macacos e mosquitos.

Os resultados da pesquisa foram enviados à comunidade internacional, incluindo centros especializados na Itália, Estados Unidos e Inglaterra.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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