Por Andreia Carvalho
A vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique, Nyeleti Brooke Mondlane
BEIJING, 15 de mai (Diário do Povo Online) - De visita a Beijing para participar no Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique, Nyeleti Brooke Mondlane, partilhou com os meios de comunicação chineses a sua opinião face à iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” no seu país.
Mondlane descreve as relações sino-moçambicanas como “excelentes, somos povos amigos…Depois da independência, em 1975, estabelecemos relações diplomáticas e comerciais com a China. Relações que estão a florescer desde essa altura”.
“A iniciativa é visionária, primeiro porque abraça mais de 150 países, no sentido de nos encorajarmos uns aos outros, e, mutuamente, realizar trocas e criar infraestruturas a nível global para que possamos desenvolver em conjunto”, assinalou a vice-ministra.
Moçambique, um país vasto, com grandes áreas para produção agrícola, tem portos com potencial, recursos minerais e naturais. No entanto, existem áreas prioritárias, como o desenvolvimento da indústria, com base na agricultura, admite Mondlane.
“O que a iniciativa faz é identificar regionalmente, entre outras coisas, infraestruturas que podemos desenvolver. Então, a China está a investir na construção de portos, estradas, pontes, ajuda social na construção de hospitais e escolas. Há uma diversidade de investimentos da China para ajudar Moçambique a desenvolver-se”, disse.
Compartilhando a opinião com os vários chefes de Estado e representantes presentes na cerimónia de abertura, Mondlane considera a iniciativa “ambiciosa”. Mas defende que, “é aos poucos que vamos unir os continentes através de acesso a transportes e, assim, facilitar a movimentação de pessoas”.
Questionada sobre possíveis projetos iniciados no âmbito da iniciativa, a vice-ministra revelou que, desde a apresentação do Cinturão e Rota, em Joanesburgo, no ano passado, foram identificados 13 itens de desenvolvimento de infraestrutura.
Elogiando a abertura e frontalidade de Xi, ao delinear os desafios globais, Mondlane admitiu ter-se sentido inspirada pelas palavras do líder chinês.
“Só reconfirma [o discurso de abertura de Xi], a Moçambique e aos outros países da iniciativa, que há um comprometimento e complementaridade entre nós”.
É pela via do desenvolvimento comum que Mondlane reforça a necessidade de assegurar que a pobreza é erradicada, principalmente no continente africano, onde um elevado número de pessoas vive em condições de indigência.
Torna-se também importante assegurar que o desenvolvimento que o mundo objetiva é “inclusivo”, reiterou, acrescentando que “não devemos igualmente esquecer que este deve ser sustentável”.
Tal como outros países participantes na iniciativa, Moçambique planeja reforçar a cooperação com a China no âmbito da iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota”.