Na passada sexta-feira, 5 de maio, a China juntou-se às celebrações do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, em Beijing, através de uma receção conjunta por parte das embaixadas dos países de língua oficial portuguesa acreditadas na China.
Com efeito, no evento marcaram presença os embaixadores de Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste.
O embaixador do Brasil, Marcos Caramuru, fez o discurso de inauguração
O discurso de inauguração coube a Marcos Caramuru, embaixador do Brasil — país que este ano detém a presidência da CPLP.
Referindo que “o lado épico e universal da Língua Portuguesa tem até mesmo uma raíz na China”, Caramuru expressou a sua felicidade perante os “filhos adotivos da Língua portuguesa”.
“Fico feliz em ver aqui um grande número de chineses que se lançaram no oceano da lusofonia. Para alguém cujo idioma nativo é o mandarim ou o cantonês, o português requer o desassombro de um navegador, além do amor pela língua e cultura, e, certamente, muita paciência”, afiançou.
Na China existem atualmente 22 instituições de ensino superior que conferem grau académico em letras com habilitação em português, número que, segundo Caramuru, “sempre tem espaço para expansão”.
De seguida, tomando da palavra, o secretário-geral adjunto do Fórum Macau, Ding Tian, usou a expressão chinesa “a relação entre os países é sustentada pela amizade dos seus povos” para salientar a importância da “cooperação nas áreas linguísticas e culturais, e em outros domínios, estar a ser promovida mutuamente e desenvolvida em conjunto [pela China e países participantes] ”.
Ding Tian relembrou que, no discurso proferido na cerimónia de abertura da 5ª Conferência Ministerial do Fórum Macau, o premiê chinês Li Keqiang anunciou 4 importantes medidas da China “tendo como objetivo promover melhor a cooperação pragmática entre os Países participantes, para obter de forma contínua novos resultados através da língua e cultura”
No futuro, o Secretariado Permanente do Fórum de Macau irá colaborar com os países participantes, seguindo os princípios de “Unir Esforços para a Cooperação, Construir em Conjunto a Plataforma e Partilhar os Benefícios do Desenvolvimento”, na busca da promoção ativa da implementação do Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.
O embaixador de Portugal, Jorge Torres-Pereira, proferiu um discurso no evento
Jorge Torres-Pereira, o embaixador de Portugal, procedeu à entrega dos Prémios Tomás Pereira — galardão atribuído aos melhores estudantes de português na China — que este ano celebrou a sua terceira edição.
O embaixador salientou que “o português está em expansão na China. Falar português, e falá-lo bem, será uma mais-valia nos próximos e por muitos anos. Quem estuda português pode dizer que fez uma boa escolha. Estes prémios são uma forma de motivar e agradecer aos que fizeram essa escolha”.
Os Prémios Tomás Pereira resultam de uma parceria entre a Embaixada de Portugal em Beijing e instituições de ensino superior portuguesas e chinesas que, desde 2015, promovem o concurso anual de proficiência em Língua Portuguesa.
A edição deste ano totalizou um novo recorde de participantes (115 alunos, de 24 instituições de ensino chinesas), que se deslocaram a Beijing, ou realizaram provas à distância, por forma a demonstrarem as suas capacidades linguísticas.
Após a entrega dos prémios, houve ainda espaço para a apresentação do livro “Projeto Libolo” e algumas performances culturais, nomeadamente: atuação do Grupo Octopus, originário de Cabo Verde (que interpretou várias músicas dos demais países lusófonos), e dois momentos de danças tradicionais de Timor Leste e Angola.
Durante a celebração, os convidados puderam ainda degustar diversas iguarias tradicionais da culinária dos vários países e regiões da CPLP.