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Cinturão e Rota dá acesso mais fácil ao comércio e tecnologia

Fonte: Xinhua    15.05.2017 14h48

Beijing, 15 mai (Xinhua) -- O mais novo meio de enviar mercadorias da China à Europa é por trem, que custa a metade que por avião e demora duas semanas a menos que em navio.

Os trens de cargas China-Europa, que passam por 28 cidades de 11 países europeus, vêm ganhando popularidade conforme a Europa procura medidas mais convenientes e econômicas de penetrar no maior mercado de consumo do mundo.

As rotas ferroviárias são uma parte fundamental da Iniciativa do Cinturão e Rota, apresentada pela China em 2013, que busca construir uma rede de comércio e infraestruturas que conecte a Ásia com a Europa e a África ao longo das antigas rotas comerciais.

Os serviços de mercadorias por trem entre a China e a Europa são uma opção logística cada vez mais popular para o comércio chinês com a Europa, cujo volume aumenta substancialmente nos últimos anos.

Levava 16 dias para que 26 toneladas de carne de porco congelada viajassem de trem da Holanda a Chengdu, capital da Província de Sichuan, sudoeste da China.

"Os trens demoram 40 dias a menos que os navios, e são 10 mil yuans (US$ 1.450) por tonelada mais baratos que os aviões", assinalou o gerente-geral de um importador, Shu Changguo.

No ano passado, um total de 460 trens percorreram o trajeto entre Chengdu, Tilburgo (Holanda) e Nuremburgo (Alemanha). Durante os primeiros quatro meses do ano, 91 trens trouxeram para Chengdu produtos europeus no valor de US$ 150 milhões.

"A Holanda é o centro logístico mais importante da Europa, enquanto Chengdu, no oeste da China, tem um grande potencial, o que representa importantes oportunidades para os países europeus", explicou Koen Sizoo, chefe do consulado holandês na vizinha municipalidade de Chongqing.

Carregando 32 contêineres cheios de produtos maternais e refrescos, o primeiro trem de mercadorias entre o Reino Unido e a China chegou a seu destino na cidade de Yiwu, leste da China, até o final de abril.

Os serviços de transporte sino-britânico representam uma rota comercial terrestre segura e eficaz que fortalece os laços comerciais bilaterais e facilita a Iniciativa do Cinturão e Rota, segundo a Corporação de Ferrovias da China, operador dos trens.

As empresas multinacionais também querem "subir ao trem" das novas rotas ferroviárias.

Peter Tyroller, membro do conselho de administração do Bosch Group da Alemanha, sublinhou que o serviço direto de carga que conecta a China e a Europa permite que sua empresa entregue os produtos de forma mais rápida e mais barata aos mercados do Extremo Oriente.

Graças a suas boas comunicações entre suas filiais na China e as de outros países ao longo do Cinturão e Rota como Mianmar, Bosch pode reagir rapidamente e oferecer seus serviços para novos projetos como aeroportos, portos e autoestradas.

O vice-ministro do Comércio chinês Qian Keming afirmou que, graças ao notável crescimento econômico, a melhora das infraestruturas de conexão e o alinhamento entre os diferentes planos de desenvolvimento, o comércio crescerá rapidamente entre os países do Cintruão e Rota.

O comércio da China com países ao longo do Cinturão e Rota subiu 0,5% anualmente para situar-se em 6,25 trilhões de yuans (US$ 906,3 bilhões) no ano passado, em comparação com a queda de 0,9% do comércio exterior geral do país asiático, segundo os dados oficiais.

Além do comércio, os países envolvidos na Iniciativa do Cinturão e Rota contam com um acesso mais fácil à tecnologia avançada desenvolvida por empresas chinesas.

Zhongguancun, conhecido como o Silicon Valley da China, criou a Associação de Promoção Industrial do Cinturão e Rota, que serve como a plataforma para promover a cooperação internacional.

O distrito de Haidian de Beijing, onde se localiza Zhongguancun, organizou diversos eventos sobre projeto e inovação, transferência internacional de tecnologia, conservação de energia e indústria biofarmacéutica, e ajudou a empresas na busca de parceiros estrangeiros para projetos relacionados com o Cinturão e Rota.

O chefe do governo do distrito de Haidian, Yu Jun, disse que estes esforços têm como objetivo beneficiar mais países participantes na Iniciativa do Cinturão e Rota e gerar novas oportunidades para que as empresas obtenham acesso ao mercado e cresçam.

Andrew Robb, ex-ministro federal australiano para o comércio e o investimento, assinalou que a Austrália necessita o conhecimento da China.

"A China está em um estágio, não apenas com capital, capital informado, mas também a sua experiência", assinalou Robb.

O professor da Universidade Tsinghua Cai Jiming disse que as contínuas inovações com base nas condições nacionais podem servir de referência não apenas para os países em desenvolvimento, mas também para os desenvolvidos.

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