Beijing, 20 abr (Xinhua) -- São Tomé e Príncipe volta à "Família China-África" e à "Família China-Países Lusófonos" depois que retomou as relações diplomáticas com a China, desfrutando dessa forma mais benefícios de cooperação e desenvolvimento, disse nesta terça-feira um especialista em relações sino-lusófonas.
Wang Cheng'an, ex-chefe do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), fez a afirmação à Xinhua ao comentar a primeira visita à China do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.
"Após a retomada das relações diplomáticas com a China, São Tomé e Príncipe não só se integra à grande família de cooperação sino-africana, como também à de cooperação sino-lusófona, o que lhe permite a desfrutar tanto os benefícios do Fórum sobre a Cooperação China-África como os do Fórum de Macau", disse Wang, revelando que o Secretariado do Fórum de Macau concordou em receber São Tomé e Príncipe como membro participante do fórum no final de março.
Até o momento, todos os oito países de língua portuguesa se integram ao Fórum de Macau.
Segundo Wang, tanto o mecanismo de cooperação sino-africano como o sino-lusófono são pragmáticos. São Tomé e Príncipe deve aproveitar bem esses mecanismos para acelerar seu desenvolvimento e melhorar seus laços com a China.
No início de 2017, a China enviou quatro equipes de especialistas em agricultura, eletricidade, saúde e tratamento de malária a São Tomé e Príncipe, enquanto o primeiro grupo de 55 estudantes santomenses começaram a chegar à China para viver e estudar no país asiático.
São Tomé e Príncipe, um país insular no Golfo de Guiné e uma ex-colônia portuguesa, estabeleceu relações diplomáticas com a China logo depois que ganhar independência, em 1975, mas se desviou para Taiwan em 1997. No final de dezembro passado, São Tomé e Príncipe retomaram as relações diplomáticas com a China depois que cortou "laços diplomáticos" com Taiwan.
Trovoada realizou uma visita oficial à China entre 12 e 18 de abril a convite do seu homólogo chinês, Li Keqiang.
Os dois lados assinaram documentos de cooperação em economia e tecnologia, infraestrutura e turismo, entre outros. A agricultura e a pesca também foram identificadas como áreas de cooperação importantes.