Historiador chinês critica livro que nega Massacre de Nanjing colocado em hotel no Japão

Fonte: Xinhua    19.01.2017 09h15

Nanjing, 19 jan (Xinhua) -- Um historiador chinês criticou um hotel japonês por colocar nos quartos um livro que nega o Massacre de Nanjing e o recrutamento forçado de mulheres de conforto.

Em resposta ao incidente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, pediu na terça-feira que o governo japonês garanta que os japonesas sejam expostos a versões autorizadas da história.

Apesar do protesto, a cadeia de hotel APA recusou remover dos quartos "A História Real do Japão" de Seiji Fuji, o pseudônimo do gerente-executivo do hotel.

Zhang Jianjun, pesquisador-chefe do instituto de pesquisa do Massacre de Nanjing, disse que o livro é uma fabricação baseada na retórica da ala direitista japonesa.

Nanjing tinha uma população de mais de 600 mil habitantes antes do massacre de cerca de 300 mil soldados e civis em dezembro de 1937, mas o livro diz que havia apenas 200 mil pessoas na cidade no momento.

Além disso, o livro diz que não existe nenhuma descrição de testemunha sobre o massacre por um observador chinês nem por um japonês, apesar da existência abundante de diários, cartas e fotografias.

"É tolice", disse Zhang, curador do Salão Memorial para as Vítimas no Massacre de Nanjing por Invasores japoneses.

Mais de 20 pessoas da Europa e dos Estados Unidos registraram as atrocidades e seus documentos foram preservados pela UNESCO em seu Registro de Memória do Mundo, indicou Zhang.

"O livro descreve o Japão como a vítima da guerra. A tentativa de encobrir seu papel como o invasor confunde o correto e o errado", disse Zhang.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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