Nanjing, 19 jan (Xinhua) -- Um historiador chinês criticou um hotel japonês por colocar nos quartos um livro que nega o Massacre de Nanjing e o recrutamento forçado de mulheres de conforto.
Em resposta ao incidente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, pediu na terça-feira que o governo japonês garanta que os japonesas sejam expostos a versões autorizadas da história.
Apesar do protesto, a cadeia de hotel APA recusou remover dos quartos "A História Real do Japão" de Seiji Fuji, o pseudônimo do gerente-executivo do hotel.
Zhang Jianjun, pesquisador-chefe do instituto de pesquisa do Massacre de Nanjing, disse que o livro é uma fabricação baseada na retórica da ala direitista japonesa.
Nanjing tinha uma população de mais de 600 mil habitantes antes do massacre de cerca de 300 mil soldados e civis em dezembro de 1937, mas o livro diz que havia apenas 200 mil pessoas na cidade no momento.
Além disso, o livro diz que não existe nenhuma descrição de testemunha sobre o massacre por um observador chinês nem por um japonês, apesar da existência abundante de diários, cartas e fotografias.
"É tolice", disse Zhang, curador do Salão Memorial para as Vítimas no Massacre de Nanjing por Invasores japoneses.
Mais de 20 pessoas da Europa e dos Estados Unidos registraram as atrocidades e seus documentos foram preservados pela UNESCO em seu Registro de Memória do Mundo, indicou Zhang.
"O livro descreve o Japão como a vítima da guerra. A tentativa de encobrir seu papel como o invasor confunde o correto e o errado", disse Zhang.