Vinho de arroz da etnia Hakka em destaque na era do comércio eletrônico

No décimo segundo mês lunar, na aldeia Zhixi, da cidade de Longyan, na província de Fujian, quando nos sentamos junto ao memorial de várias gerações, pudemos sentir o intenso aroma a vinho de arroz.

Esse é o local onde o mestre Huang Baofeng produz o tradicional vinho de arroz da etnia Hakka, a fim de conseguir acompanhar o galopante ritmo de vendas para o Ano Novo Chinês, na sua plataforma de comércio eletrônico.

Huang Baofeng produz vinho de arroz desde 1980. Durante cerca de 30 anos, o seu dia-a-dia manteve-se relativamente inalterado. A rotina passava por se levantar às 6 horas da manhã, cozinhar o arroz que estava demolhado e manter o fogo aceso durante todo o dia.

Antigamente, o vinho de arroz tinha boa aceitação, sendo consumido pelo povo pelas festividades tradicionais, casamentos e celebrações. Nessa época, Huang utilizava cerca de 15 mil quilos de arroz anualmente para produzir a bebida.

Contudo, nos últimos anos, o consumo do vinho de arroz diminuiu drasticamente, afetando a sua produção.

Corria o ano de 2013 quando Yang Tianji, natural da aldeia de Zhixi e a residir em Xiamen há 10 anos, sentiu saudades do vinho de arroz da sua terra natal, tendo por isso regressado para visitar o mestre Huang Baofeng.

Ao perceber que o negócio estava à beira do abismo, este decidiu, juntamente com o mestre, reavivar o processo de produção e criar o “novo” vinho doce de arroz, entre outros produtos com adição de diferentes sabores.

Com o estabelecimento da loja “Wine Fox”, na plataforma do Taobao, as vendas dispararam.

Yang tem também usado outras plataformas online para divulgar os produtos e a cultura da etnia Hakka.

Atualmente, a “Wine Fox” registra vendas anuais na ordem de dezenas de milhares de garrafas.

Diante dos novos hábitos de consumo, da criação de negócios online e do uso de atividades promocionais durante festividades e eventos, é conferida aos artesãos e produtores tradicionais a oportunidade dar a conhecer os seus produtos únicos, revitalizando as vendas, o processo de produção e, ao mesmo tempo, reavivando a cultura.