As autoridades governamentais chinesas expressaram, na segunda-feira, o seu desinteresse em qualquer tipo de conflito com semelhanças com a Guerra Fria, e a sua oposição a qualquer manifestação que possa colocar em causa a soberania e segurança do país.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, proferiu os comentários numa conferência de imprensa de rotina, em resposta ao secretário da defesa americano Ashton Carter, no qual este diz que a China se encontra a edificar “uma Grande Muralha de autoisolamento”.

Hua referiu que o discurso de Carter na Academia Naval Americana reflete “a mentalidade americana” e o “estilo hegemónico americano”.

“De facto, algumas pessoas nos EUA deram entrada fisicamente no séc. XXI, mas mantêm-se psicologicamente na era da Guerra Fria”, disse Hua, acrescentando que estas pessoas “forjaram histórias” e “encontraram inimigos e rivais em todo o mundo”.

A porta-voz prosseguiu, dizendo que a China não está interessada em envolver-se em “filmes de Hollywood cuja realização e enredo estejam ao cargo do exército americano”. Na sua ótica, o objetivo dos EUA é de simplesmente destacar armas mais avançadas para a zona da Ásia-Pacífico.

Enfatizando o facto de que os EUA e a China partilham de vários interesses e desafios, Hua disse que os princípios de não-conflito e de não-confronto, cooperação de benefícios mútuos e respeito mútuo fazem parte dos interesses fundamentais de todos, e apelou a que os EUA trabalhem lado-a-lado com a China numa relação marcada pela “interação, inclusividade e cooperação”.

Edição: Mauro Marques