Os dados publicados pela Administração Nacional de Estatísticas da China no dia 10 de maio indicam que, em abril deste ano, o índice de preços ao consumidor (IPC) subiu em 2,3% face ao ano passado. Este foi o terceiro mês consecutivo em que os preços mantiveram um aumento de 2,3%. A divulgação destes dados despoletou a análise por parte de vários especialistas e intervenientes de mercado. Com efeito, a preponderância desta subida do IPC não foi apenas seguida a nível doméstico, dado que vários membros da imprensa internacional sucessivamente referiram a ocorrência. Porém, a sua atenção foca-se especialmente no aumento do preço da carne de porco. Qual o motivo da subida de preços da carne de porco causar alvoroço nos mercados internacionais?

O website do Finantial Times refere que, no que diz respeito à oferta e procura da carne de porco, a China ocupa um lugar cimeiro no mundo. O Washington Post aponta que a China não só importa carne de porco do exterior, como simultaneamente importa ração para expandir a sua indústria doméstica de carne suína. Este fator decreta que as necessidades chinesas ao nível da carne suína fundiram a china com o mercado internacional.

Atualmente, as importações chinesas de carne de porco continuam a registar aumentos nos preços. Dados avançados pelo Ministério da Agricultura chinês revelam que no primeiro trimestre deste ano, as importações deste produto totalizaram 286,000 toneladas, um aumento de 90,3%. Em 2015, por seu turno, o total anual das importações foi de 778,000 toneladas.

Zhao Ping, investigador do Conselho para a Promoção do Comércio Internacional, disse em entrevista que “o motivo principal por detrás do aumento das importações de carne suína prende-se essencialmente com a incapacidade da produção chinesa de responder à situação da procura interna. A procura desta carne já regista há um longo período de tempo um aumento estável. Porém, o abastecimento é insuficiente. As importações têm a capacidade de suprir essa lacuna até certo ponto.”

Em termo de comparação, as necessidades chinesas de importação de carne de porco superam largamente as dos mercados internacionais de abastecerem a China. Alguns intervenientes da indústria referem que vários países produzem carne suína num nível superior à procura doméstica, sendo que o preço desta carne não é alto. Quer sejam países europeus, os EUA ou o Canadá, todos desejam aceder ao mercado chinês para venderem o excedente e, desta forma, poderem também aumentar os lucros no mercado doméstico. 

Os EUA e o Canadá, após cooperarem com a China para a remoção do clenbuterol da sua carne, conseguiram obter permissão para exportar para a China.

A Reuters avançou que o aumento de importação de carne de porco por parte da China favorece os EUA, a Alemanha, o Brasil, entre outros países especializados na exportação deste tipo de produtos. O Wallstreet Journal refere que a Europa é o maior exportador mundial de carne de porco, sendo que, por isso, o aumento da procura por parte da China é acolhido com agrado pelo continente.

Edição: Mauro Marques