Beijing, 10 mai (Xinhua) -- A China nunca "tiranizará" os países pequenos, mas também não tolerará "chantagem" na questão do Mar do Sul da China, disse segunda-feira, em Beijing, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

O porta-voz Lu Kang fez as observações em uma coletiva de imprensa diária em resposta às alegações de que as Filipinas iniciaram a arbitragem devido às forças muito desiguais entre os dois países, o que tornaria impossível a solução de disputas de delimitação marítima com a China por diálogo.

"Esse argumento confunde o certo e o errado e nos lembra a assim chamada teoria de pecado original de potências", disse Lu.

Dizendo que a retórica é "obviamente daqueles que tentam manchar a China", Lu disse que a lógica atrás da retórica é que "uma forte nação está destinada a buscar hegemonia".

A China segue o caminho de desenvolvimento pacífico com uma política da defesa nacional que é defensiva em natureza, disse Lu.

A China persiste em desenvolver relações e parcerias de boa vizinhança com seus vizinhos e em resolver disputas por diálogo e negociação, ele disse.

Desde o estabelecimento da República Popular da China, em 1949, o país resolveu com sucesso assuntos fronteiriços com 12 de seus 14 vizinhos terrestres via consultas, conforme os fatos históricos, e sobre as normas de direito internacional, disse Lu.

O comprimento inteiro das fronteiras demarcadas e delineadas atingiu 20 mil quilômetros, respondendo por 90% da fronteira terrestre total da China, acrescentou.

Outro exemplo é que a China e o Vietnã delinearam o limite marítimo no Golfo de Beibu via negociações, segundo Lu.

A China conhece sua responsabilidade e obrigação de salvaguardar paz e estabilidade regionais, disse Lu.

Ao enfatizar que a China lidou com a questão do Mar do Sul da China em um modo construtivo, Lu disse que a porta para diálogo sempre está aberta.

Porém, as Filipinas, desconsiderando o consenso atingido com a China, não mostram nenhuma sinceridade em resolver a questão do Mar do Sul da China por diálogo e "fingem ser vítimas", disse o porta-voz, acusando Manila de provocar problemas e agravar a situação.

Ao comentar as últimas observações do ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, Lu disse que algumas pessoas escolherem ignorar os fatos básicos sobre a questão do Mar do Sul da China e manipularam de forma libertina o direito internacional.

Segundo reportagens, Hagel disse que seria "perigoso" para um ou outro lado desobedecer uma decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem sobre a questão.

Lu disse que a postura chinesa de não aceitar e não participar da arbitragem, iniciada unilateralmente pelas Filipinas, é clara e consistente.

Os Estados Unidos exigem que outros países aceitem a solução de disputas por terceira parte, mas o país rejeita aceitar as decisões do tribunal da ONU, ele disse.

Washington pede a outros países que observem o direito internacional, mas mantém a porta aberta para ações ilegais próprias e de seus aliados, disse Lu, acrescentando que os Estados Unidos ignoraram a violação das Filipinas a algumas ilhas e recifes nas Ilhas Nansha da China por muito tempo.