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Escola Portuguesa de Macau, expressão viva do legado luso na China

Fonte: Diário do Povo Online    03.05.2016 16h45
Escola Portuguesa de Macau, expressão viva do legado luso na China
Fachada da Escola Portuguesa de Macau
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 MACAU, 3 de maio (Diário do Povo Online) - Passados quase vinte anos da transição político-administrativa de Macau, o território manteve assegurada a sua história, identidade, direitos e liberdades. Em 2003, a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) ganhou uma nova dimensão com a criação do Fórum para Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

A decisão representou o reconhecimento pelo lado chinês da vocação histórica de Macau como elo de ligação entre povos e culturas. A língua portuguesa, por sua vez, permanece como o idioma oficial de Macau, ao lado do chinês, estatuto consagrado na Lei Básica da RAEM.

Como uma das expressões vivas do legado luso na RAEM, está a Escola Portuguesa de Macau (EPM), que atualmente é a única escola de Macau a oferecer o ensino escolar em língua portuguesa aos alunos do 1º ao 12º ano de escolaridade – o equivalente aos ensinos fundamental e médio no Brasil.

Localizada num singular edifício de concreto armado e fachada de azulejos portugueses na Avenida do Infante D. Henrique, a Escola Portuguesa de Macau tem mais de 560 alunos e se caracteriza pelo seu caráter inclusivo e universalista.

Representando 24 nacionalidades diferentes, os alunos da escola formam um verdadeiro caldeirão cultural multifacetado cuja liga é a cultura lusófona. Das 560 crianças, 30 são “integradas”, ou seja, crianças com necessidades especiais de ensino. Essa integração entre culturas e povos facilita a inserção dos alunos nos mercados globais depois de formados nas universidades. Segundo Zélia Baptista, vice-presidente da direção, apesar de “não sermos uma escola internacional, somos efetivamente a escola mais internacional que existe em Macau. Onde quer que nossos alunos chegam, nada é novo. Eles rapidamente se adaptam”.

Apesar das aulas serem ministradas em língua portuguesa, o chinês é ensinado aos alunos do 1º até o 10º ano. A história da China também está presente na grade curricular da escola, que se preocupa em ensinar a história de Macau e inseri-la dentro do contexto geopolítico atual. Atividades como “O Dia do Mandarim” ajudam os alunos a se inserirem dentro do universo ao qual o território de Macau está imerso.

Para além do ensino das línguas, o atual desenho curricular da escola oferece um leque variado de disciplinas e opções como educação musical, esportes, teatro e artes.

A Escola possui ideias inovadoras como uma Sala de Leitura onde os jovens, acompanhados pelos professores, ou autonomamente, podem sentir o prazer de ler e manusear livros.

Compondo o bom ambiente que os alunos ali encontram, a escola conta com laboratórios completos de química, física e biologia; sala de informática; salas de aulas interativas com computadores e projetores; ginásio esportivo coberto; auditório com capacidade para quase 200 pessoas; quadras de esporte e até mesmo uma parede de escalada. A EPM também conta com professores nativos de língua inglesa além, é claro, do quadro de professores nativos em língua portuguesa.

A instituição, que por 15 anos foi dirigida pela Dra. Edith Silva, se tornou referência pela qualidade da educação. Ela não foi idealizada apenas para os alunos, mas conta com um projeto educacional que abarca os pais, a comunidade e todos aqueles que levam Macau no coração.

Edição: Rafael Lima 


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