Opinião: Importância da retomada de negociações da questão nuclear da Península Coreana

Fonte: Diário do Povo Online    11.03.2016 13h58

No dia 11 de março, o Diário do Povo publicou um artigo da sua rábula “Zhongsheng”(ressoar dos sinos) intitulado “Trazer de volta para a mesa das negociações a questão nuclear coreana”.

O artigo analisa em profundidade as declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, durante a conferência de imprensa do dia 8 de março. Estas comprovam o apoio da China face à resolução aprovada no Conselho de Segurança da ONU, assim como revelam o estado de alerta do país para com as ambições nucleares da RPDC. O texto debruça-se também sobre o reatar das conversações entre seis partes e na importância de consumar a desnuclearização da península coreana.

Segue-se o texto do artigo:

Atualmente, as circunstâncias instauradas na península coreana são complexas e sensíveis. As constantes ameaças de rotura do statu quo suscitam a preocupação de todos. Como maior país vizinho da península, a China não pode permitir que a estabilidade da região seja posta em causa. Não pode consentir que a segurança nacional seja de alguma forma colocada em risco.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no dia 2 de março com unanimidade a resolução 2270, onde se foca na questão nuclear da península coreana, no estabelecimento de um plano de sanções, no apoio do reatar das conversações a seis partes e, por fim, no consumar da desnuclearização pacífica da península.

A China tem os seus próprios interesses e preocupações, e, naturalmente, uma posição a assumir neste cenário. A China advoga uma posição de “não permissão de posse de armamentos nucleares e de não autorização da deflagração de confrontos bélicos ou de provocação de distúrbios”. A China condena com veemência a nuclearização e o programa de mísseis da RPDC e, por seu turno, apoia inteiramente a aplicação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

De facto, as resoluções não apenas compreendem sanções, como reafirmam a necessidade de retomar as conversações a seis partes, em favor da tomada de medidas que possam contribuir para conter o agravamento da situação atual. A comunidade internacional deve compreender que o agravamento das tensões pode levar à perda do controlo - os resultados daí provenientes poderão ser catastróficos para todos.

É, por isso, necessário que todos sejam capazes de fazer julgamentos refletidos, manter o comedimento, atuar com precaução face à situação geral e, logicamente, evitar a todo o custo a tomada de decisões impulsivas com resultados imprevisíveis.

Justamente como a China tem enfatizado, a aplicação de sanções é uma medida necessária, mas que não se pode sobrepor à manutenção da estabilidade social e à via da negociação.

As sanções avançadas pelo Conselho de Segurança da ONU têm como fundamento base o corte dos canais financeiros que abastecem os planos nuclear e de mísseis da RPDC, colocando pressão sobre o país para retomar a via das negociações. Espera-se que esta trajetória contribua para a progressiva desnuclearização da península e para que o sistema internacional de não-proliferação de armamento nuclear seja restabelecido.

Como organizador das conversações a seis partes, a China sempre se regeu por uma postura objetiva e justa, juntamente com os restantes participantes, na exploração de caminhos viáveis para fazer frente à crise.

A China advoga e promove as negociações para a desnuclearização da península coreana, assim como a implementação da paz neste território. A desnuclearização é um dos objetivos comuns pelo qual todo o mundo deve pugnar. A sobreposição de um mecanismo de cessação da guerra por um de perpetuação da paz deverá com certeza ser também um dos objetivos da RPDC.

A concretização destes dois objetivos deve ser acompanhada do incentivo às conversações paralelas e da idealização, passo a passo, de uma resolução que tenha em conta as preocupações de todas as partes envolvidas. Apenas desta forma será possível encontrar um ponto comum para um reatar das negociações entre seis partes envolvidas.

No que diz respeito à inclusão de planos propostos por outros intervenientes, onde se incluem métodos flexíveis entre três, quatro, ou mesmo cinco partes envolvidas nas negociações, desde que o resultado final se traduza no retorno da questão da desnuclearização da península à mesa de negócios, a China adotará uma postura transigente.

A prescrição para a resolução do problema deve adaptar-se às especificidades da “patologia”.

Todos os países com responsabilidade se devem esforçar por sugerir soluções produtivas, manter uma postura paciente e concentrada, racional e corajosa para debelar as diferenças e discordâncias e atingir uma solução aprazível para todos.

A paz só poderá ser consumada com a desnuclearização, as soluções só podem ser conseguidas pela via do diálogo, e os benefícios conjuntos são apenas garantidos com a cooperação. Nesta questão em concreto, as condições anteriores são o denominador comum a todas partes envolvidas, assim como jaz aqui uma via para desenvolver laços de aproximação, entendimento e coexistência para o futuro.

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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