Por Hu Zexi/Diário do Povo
A maior parte dos navios e aviões que entram no Mar do Sul da China vêm dos Estados Unidos, disse ontem (4) a porta-voz da Assembleia Popular Nacional, Fu Ying, em uma coletiva de imprensa na véspera da abertura da sessão anual do mais alto órgão legislativo do país. Fu Ying frisou que o envio dos navios de guerra às águas próximas das Ilhas Nansha gerou um grande ressentimento no povo chinês.
Ao responder à pergunta feita por um correspondente da rede americana CBS em relação à militarização do Mar do Sul da China, Fu Ying disse que a palavra “militarização” é utilizada pelos americanos para criar um ruído midiático e que reflete a hegemonia linguística desse país. A porta-voz ainda questionou: “e os navios dos EUA na Ásia-Pacífico, quantas operações militares já realizam?Será que isso não é militarização? ”.
Fu Ying disse que se os EUA realmente se importassem com a paz e a estabilidade na região, deveriam apoiar a China na resolução dos litígios com os países vizinhos por meio da negociação, “ao invés de fazer algo no sentido contrário, como se tivesse outros planos”.
Segundo uma matéria publicada no site do jornal Washington Post no dia 3 de março, a marinha norte-americana enviou a frota do porta-aviões “John C. Stennis” para o Mar do Sul da China. Se a informação for verdadeira, trata-se da mais recente evidência de que Washington realiza operações militares na região. No dia 27 de outubro do ano passado, o contratorpedeiro “Lassen” navegou a 12 milhas náuticas do recife Zhubi das ilhas Nansha. No dia 30 de janeiro deste ano, o contratorpedeiro “Curtis Wilbur” da marinha dos EUA entrou nas águas territoriais das ilhas Xisha, da China.
A questão do Mar do Sul da China foi um dos temas discutidos entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, durante a visita deste último aos EUA no mês passado. As duas partes concordaram em resolver as disputas por meio de negociações pacíficas, melhorar a comunicação sobre os assuntos marítimos, aumentar o entendimento mútuo e evitar mal-entendidos. Em uma coletiva à imprensa, Wang Yi disse que a desmilitarização das ilhas Nansha não é um assunto para um dos lados apenas, mas sim um esforço que deve ser realizado por todas as partes envolvidas. “Esperamos que no futuro tenhamos menos provocações feitas pelas patrulhas de reconhecimento de perto e que se mostre menos musculatura militar na região” acrescentou Wang Yi.
Tradução: Renato Lu
Revisão: Rafael Lima