Nesta quinta-feira (10) o ministério público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de mais seis pessoas envolvidas no caso que investiga se o ex-chefe de Estado do Brasil ocultou a declaração de bens como um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
Na mesma semana Lula havia sido levado de maneira coercitiva pela polícia federal para prestar depoimento.
Desde março de 2014, a justiça brasileira tem levado a cabo a operação Lava Jato que investiga casos de corrupção envolvendo a Petrobras, que envolve bilhões de dólares e é considerado o maior esquema de corrupção na história do Brasil.
A operação já levou a prisão importantes empresários e políticos do país.
O Ministério Público de São Paulo investiga se Lula e alguns membros da sua família receberam “favores pessoais” de empreiteiras. Além disso, o instituto Lula também está sendo alvo de investigação por suposta ligação com 5 empresas envolvidas no caso.
Embora a sociedade brasileira apoie a investigação completa sobre o caso de corrupção na Petrobras, a condução coercitiva da polícia federal contra Lula, que foi vazada para a imprensa e transmitida ao vivo, gerou uma onda de especulações.
Lula acusou a polícia de criar um “show midiático”, com a finalidade de difamar o PT e a ele.
Sem dúvida, a “onda de choque” do caso do ex-presidente vai impactar na imagem da atual presidente Dilma Rousseff.
A popularidade de Dilma se mantém em torno dos 8%, devido a pior recessão econômica do país registrada nos últimos 20 anos e ao impacto do caso da Petrobras.
Dilma chefiou o conselho de administração da Petrobras entre 2003 e 2010, razão pela qual a oposição a acusa de saber sobre o esquema de corrupção.
O ex-senador do PT, Delcídio do Amaral, foi preso em novembro do ano passado, por tentar dificultar a delação premiada de Nestor Cerveró, ex-funcionário do alto escalão da Petrobras. Ele confessou à justiça que Lula e Dilma sabiam sobre os esquemas envolvendo a Petrobras e que teriam tentado impedir a investigação contra a empresa.
Além disso, os deputados da oposição acusam o PT de usar dinheiro da Petrobras para doações de campanhas, incluindo nas eleições presidenciais de 2014.
No ano passado, o presidente da câmara dos deputados do Brasil acolheu pedido de impeachment contra Dilma pelas chamadas pedaladas fiscais.
Se o ministério público confirmar o envolvimento de Dilma no caso da Petrobras e a utilização de doação ilegal para vencer as eleições de 2014, o impeachment da presidente deverá ser inevitável.
Neste contexto, Lula pode voltar ao cenário político nacional como possível candidato a presidente em 2018.
A operação coercitiva de Lula, embora cause dúvidas sobre a sua “transparência”, fortalece a imagem de vítima política.
Segundo analistas, mesmo que Lula tenha pouca possibilidade de ganhar de novo as eleições, sua volta a vida política do país pode condensar o projeto do PT e evitar a quebra do partido.