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China-Japão: Esforços de cooperação são essenciais para a realização de cimeira-chave

Fonte: Diário do Povo Online    15.10.2015 09h46

O conselheiro de estado Yang Jiechi (à esquerda) e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe posam para as câmaras antes das conversações na residência oficial de Abe em Tóquio na quarta-feira.

TÓQUIO 15 de outubro (Diário do Povo Online) - Esforços de cooperação irão assegurar uma cimeira de sucesso entre os líderes da China, Japão e da República da Coreia, disse o conselheiro de estado Yang Jieshi ao Primeiro-ministro Abe em Tóquio na quarta-feira.

O primeiro-ministro chinês Li Keqiang, a presidente da Répública da Coreia Park Geun-hye e Shinzo Abe deverão encontrar-se em Seul no final deste mês ou no início do próximo.

Yang, que chegou a Tóquio na terça-feira para o segundo turno de conversações políticas de alto nível China-Japão, disse que os dois países precisam de reforçar o diálogo e promover alterações pragmáticas, assim como reforçar a cooperação em vários campos.

Yang pediu a Abe para implementar o “consenso de 4 pontos” na manutenção e melhoramento das relações sino-japonesas.

Em novembro, Yang e o conselheiro de segurança nacional do Japão, Shotaro Yachi, encontraram-se em Pequim, tendo ambos os países emitido o referido consenso de 4 pontos.

Durante as conversações com Yachi na quarta-feira, Yang terá referido que a China não está satisfeita com as diligências japonesas para impedir a UNESCO de incluir os documentos do massacre de Nanquim nos Registos da Memória do Mundo.

Os comentários de Yang foram divulgados por Kong Xuanyu, diretor-geral do departamento de assuntos asiáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês.

Yang disse que a situação no mar do sul da China é estável e que a liberdade de navegação e de voo na área nunca teria sido afetada.

Durante o seu encontro com Yang, Abe frisou que uma relação estável e amistosa entre a China e o Japão – as segunda e terceira maiores economias do mundo – contribui para a manutenção da paz no mundo e estimula o crescimento económico.

Abe prosseguiu dizendo que agir dessa forma é do interesse de ambas as nações e da comunidade internacional. Referiu também que dentro do enquadramento da construção de uma relação sino-japonesa benéfica, o Japão está disposto a manter um diálogo político de alto nível com a China. O Japão compromete-se também a lidar e a controlar as diferenças de modo apropriado.

Ruan Zongze, vice-presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que a visita ao Japão de Yang, um diplomata Chinês de topo, demonstra que Pequim está disposto a melhorar o seu relacionamento com Tóquio.

“Isto indica que a China e o Japão estão a aumentar o diálogo e que até certo ponto, a tensão está a ser diminuida”, disse Ruan.

Yang Bojiang, vice-diretor do Instituto de Estudos Japoneses da Academia de Ciências Sociais, afiançou que dois elementos – cooperação e confronto – estão a evoluir simultaneamente nas relações sino-japonesas.

“A contradição não será resolvida de uma só vez. Mas isto não quer necessariamente dizer que os esforços para atingir consensos através da via da negociação sejam abandonados”, disse Yang Bojiang.

“A China e o Japão são interdependentes economicamente. Abe já tornou claro que quer manter a cooperação económica para poder beneficiar do crescimento rompante da economia chinesa.”

Natsuo Yamaguchi, líder do Partido Komeito, um parceiro de coligação do Partido Liberal Democrata (de momento no poder), vai visitar Pequim com uma carta do Primeiro-ministro Abe para o Presidente Xi Jinping. Os conteúdos não são ainda do conhecimento público.

Yamaguchi, que vai participar a Conferência Especial dos Partidos Políticos Asiáticos para a Rota da Seda, disse que o desenvolvimento dos laços não tem sido suave, mas fala da existência de um ímpeto para melhorar o relacionamento e que os dois países devem manter essa tendência.

“Devemos criar condições e a atmosfera ideal para um encontro entre os líderes máximos do Japão, China e Coreia do Sul”, disse, acrescentando que os três países devem fortalecer a cooperação em áreas como infraestruturas, finanças e energia.

Gao Hong, também vice-diretor do Instituto de Estudos Japoneses da Academia de Ciências Sociais, disse que a visita de Yamaguchi representa um sinal positivo para a comunidade internacional.

Tradução: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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