A produtora de leite tanzaniana, Tahiya Bauso Massawe, trabalha em seu campo de capim-juncao em Zanzibar, Tanzânia, 19 de setembro de 2025. (Xinhua/Emmanuel Herman)
Na vila de Bumbisudi, em Zanzibar, um exuberante tapete verde se estende sob o sol da manhã enquanto a produtora de leite, Tahiya Bauso Massawe, anda entre fileiras de capim-juncao, uma inovação agrícola chinesa que melhorou seu sustento e inspirou mulheres em toda a comunidade.
"Este capim mudou tudo", disse Massawe, observando suas 30 vacas leiteiras se reunirem para a alimentação matinal. "Crio vacas há 20 anos, mas a verdadeira mudança começou quando comecei a alimentá-las com juncao".
Juncao, um termo que combina as palavras chinesas para "cogumelo" e "capim", foi apresentado a Massawe por meio do Ministério da Agricultura da Tanzânia. Desenvolvida por pesquisadores da Universidade Agrícola e Florestal de Fujian, na China, a tecnologia é mundialmente reconhecida por sua versatilidade. Além da alimentação animal, ela pode ser usada no cultivo de cogumelos e no controle da erosão do solo.
A jornada de Massawe começou modestamente, com apenas um pacote de sementes e uma dose de ceticismo. "Parecia cana-de-açúcar", lembrou ela. "Plantamos, replantamos os talos e expandimos lentamente. Por fim, tínhamos o suficiente para alimentar as vacas".
Os resultados foram notáveis. A produção de leite dobrou, com cada vaca produzindo agora até 30 litros por dia, em comparação com os 15 a 20 litros anteriores. A produção total de sua fazenda aumentou de 90 litros para 150 litros por dia, permitindo que ela comprasse uma máquina de trituração de ração e um caminhão de transporte no valor de 12 milhões de xelins tanzanianos (cerca de 4.600 dólares americanos).
Mas o sucesso de Massawe se estendeu além de sua casa. Ela agora emprega 16 trabalhadores, criando novas oportunidades para sua comunidade. "As mulheres aqui conquistaram renda e independência", disse ela. "Elas podem sustentar suas famílias sem depender de terceiros".
Ansiosa para empoderar mais mulheres, Massawe distribui sementes de juncao gratuitamente. "Mesmo que não tenham vacas, elas podem cultivar o capim e vendê-lo aos criadores de gado", disse ela. "É um caminho para a renda".
Com cinco hectares de juncao atualmente cultivados, Massawe espera expandir ainda mais, se o apoio para irrigação for garantido. "Uma bomba d'água me permitiria cultivar mais e ajudar ainda mais mulheres", disse ela.
Pesquisadores chineses responsáveis pelo projeto disseram que o juncao ajuda comunidades a se adaptarem às mudanças climáticas, a restaurar terras degradadas e a melhorar a segurança alimentar. Reconhecida pelas Nações Unidas como uma ferramenta de desenvolvimento sustentável, a tecnologia juncao alcançou mais de 100 países desde sua criação na década de 1980. Na África, onde a escassez de ração e a degradação do solo continuam sendo grandes desafios, o capim oferece uma solução acessível e ecológica.
Para Massawe, o impacto é profundamente pessoal. Suas vacas estão mais saudáveis, precisam de menos suplementos e se comportam com mais calma. "Elas comem menos, bebem mais água e descansam melhor", observou ela. "Parabenizo os chineses por esta inovação. Ela ajudou os pobres".
Sua fazenda se tornou um centro de aprendizado e inspiração. Mulheres de Zanzibar a visitam para aprender a cultivar o juncao, e Massawe as recebe calorosamente. "Preparem suas fazendas", disse ela. "Venham até mim, darei as sementes".
Enquanto os trabalhadores carregam fardos de juncao em seu caminhão, Massawe sonha em expandir sua operação de laticínios para atender à crescente demanda de Zanzibar. A agricultora, antes cética, virou uma defensora da mudança, e o capim-juncao continua transformando vidas em todas as ilhas, uma fazenda de cada vez.
"Espero que nosso governo fortaleça a cooperação com a China em tecnologias agrícolas como a juncao", disse ela. "A China nos apoiou muito".