A mais recente divulgação contém materiais que oferecem provas diretas das atrocidades da Unidade 731
Visitantes tiram fotos na sexta-feira das evidências recém-reveladas da Unidade 731, uma unidade japonesa de guerra biológica durante a Segunda Guerra Mundial, no Salão de Exposições de Evidências de Crimes Cometidos pela Unidade 731 do Exército Imperial Japonês em Harbin, capital da província de Heilongjiang, no nordeste da China. Foto: Zhang Shu, China Daily
Novas evidências, detalhando as atrocidades cometidas pela Unidade 731, o notório destacamento de guerra biológica do Exército Imperial Japonês, foram tornadas públicas na sexta-feira em Harbin, província de Heilongjiang.
A divulgação mais recente compreende 3.010 páginas de documentos de arquivo, 194 minutos de vídeos, 312 fotografias, 12 cartões-postais e oito cartas, a maioria das quais foi exibida ao público pela primeira vez.
Os materiais envolvem diversas instituições militares e médicas, incluindo a Escola Médica do Exército Imperial Japonês, a Unidade 731 em Harbin, a Unidade 1644 em Nanjing, na província de Jiangsu, e a Unidade 8604 em Guangzhou, na província de Guangdong.
Eles abrangem uma ampla gama de tópicos, desde listas de pessoal e registros da vida diária até manuais de dissecação patológica, arquivos fotográficos e manuais de combate usados durante as campanhas de guerra biológica do Japão.
De acordo com Jin Chengmin, curador do Salão de Exposições de Evidências de Crimes Cometidos pela Unidade 731 do Exército Imperial Japonês, as evidências mais recentes são extraídas de três fontes principais, incluindo arquivos oficiais japoneses, depoimentos orais de ex-membros da Unidade 731 e evidências recolhidas de fontes privadas japonesas, informou a Agência de Notícias Xinhua.
As evidências textuais, fotográficas, orais e físicas combinadas, oferecem uma prova direta da existência da Unidade 731 e de sua estrutura organizacional, escala e pessoal.
Elas revelam ampla colaboração entre certos setores governamentais, militares, médicos e acadêmicos do Japão na condução de guerra biológica.
As novas evidências e materiais históricos revelam mais detalhes do sistema de guerra biológica do Japão e comprovam novamente que a existência da Unidade 731 foi um crime de Estado organizado e premeditado, disse Jin.
Fotos expondo os crimes japoneses de guerra biológica estão em exibição no Salão de Exposições em Harbin na sexta-feira. Foto: Wang Song, Xinhua
Ao longo de décadas, o Salão de Exposições de Evidências de Crimes Cometidos pela Unidade 731 do Exército Imperial Japonês conduziu investigações na China e no exterior para coletar evidências da guerra biológica japonesa em tempos de guerra.
Seu trabalho se estendeu ao Japão, Estados Unidos, Rússia e Alemanha, preservando mais de 423 horas de depoimentos orais de ex-membros da Unidade 731 e acumulando mais de 300.000 páginas de documentos.
Estabelecida em Harbin em 1933, a Unidade 731 serviu como centro da guerra biológica japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.
Operando sob o pretexto de "prevenção de epidemias", realizou vários experimentos desumanos, infligindo sofrimento extremo a vítimas de diversos países.
Para expor ainda mais esses crimes, o centro de exposições anunciou na sexta-feira que inaugurará uma exposição especial com 3.482 páginas de documentos e 662 artefatos coletados na última década na China, Japão, EUA e Rússia.
Sexta-feira também marcou o lançamento de um catálogo ilustrado das relíquias culturais do Salão de Exposições de Evidências de Crimes Cometidos pela Unidade 731. Publicado em chinês, coreano, inglês, russo e japonês, o volume abrangente compila décadas de descobertas arqueológicas, investigações de campo, coleta de evidências transfronteiriças e doações de artefatos.
Sexta-feira foi assinalado o 80º aniversário da rendição incondicional do Japão na Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o 40º aniversário da criação do salão de exposições, em 1985.
