O Brasil saiu novamente do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) graças à redução significativa da insegurança alimentar, um marco histórico impulsionado por políticas públicas integradas e eficazes.
O anúncio foi feito na segunda-feira em Adis Abeba, Etiópia, durante reunião do Comitê de Segurança Alimentar Mundial da ONU.
Em sua conta na rede social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua satisfação com a conquista.
"É com muito orgulho e imensa alegria que informo que o Brasil saiu novamente do mapa da fome. O anúncio foi feito hoje (28) pela FAO/ONU. Isso significa que reduzimos a insegurança alimentar grave e a desnutrição para menos de 2,5% da população", enfatizou. "É uma conquista histórica que demonstra que, com políticas públicas sérias e compromisso com o povo, é possível combater a fome e construir um país mais justo e solidário", afirmou.
O Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, lembrou que sair do Mapa da Fome era a primeira meta do Presidente Lula ao assumir o cargo em 2023.
"Demonstramos que, com o Plano Brasil Sem Fome, muito trabalho e políticas públicas robustas, foi possível atingir essa meta em apenas dois anos. Não há soberania sem justiça alimentar. E não há justiça social sem democracia", acrescentou.
Este anúncio histórico destaca uma recuperação significativa: em 2023, a insegurança alimentar grave caiu de 4,7% para 2,8% da população, e em 2024 o país teria atingido entre 2,3% e 2,4%, próximo ao limite de 2,5% exigido pela FAO para sair do Mapa.
Estima-se que cerca de 33 milhões de pessoas tenham sido retiradas das estatísticas de fome extrema nos últimos dois anos, e a taxa de pobreza extrema caiu para menos de 4,4%, o menor nível já registrado na história do Brasil.
O principal indicador utilizado pela ONU é a Prevalência de Subnutrição (POU): um país é removido do Mapa quando a média trienal dessa medida cai abaixo de 2,5%.
A redução de 85% na insegurança alimentar grave - de 17,2 milhões em 2022 para 2,5 milhões em 2023 - foi fundamental para esse progresso.
O Brasil havia sido removido do Mapa da Fome em 2014, mas o desmantelamento de programas sociais fez com que ele retornasse no triênio 2018/2019/2020.
As políticas que impulsionaram essa transformação incluíram a criação do Plano Brasil Sem Fome, o relançamento de programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a reintegração do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), órgão fundamental que havia sido desativado pelo governo anterior.
Instrumentos sociais como o programa Bolsa Família, considerado um dos pilares que permitiram ao Brasil sair do mapa pela primeira vez em 2014, também foram reavaliados por meio de transferências condicionadas que garantem educação, saúde e alimentação para famílias em situação de pobreza.
O Brasil também promove, em âmbito internacional, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro e apoiada por mais de 80 países.
O objetivo é compartilhar boas práticas e acelerar a erradicação da fome em outras nações até 2030.