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Lula pede que Trump reconsidere a importância do Brasil e negocie tarifas

Fonte: Xinhua    29.07.2025 12h06

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu na segunda-feira ao seu colega norte-americano, Donald Trump, que reconsidere a importância estratégica do Brasil e busque uma solução negociada para o aumento de 50% nas tarifas que os Estados Unidos pretendem impor às exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.

Durante um evento no estado do Rio de Janeiro para inauguração de uma termelétrica a gás natural, Lula afirmou que é inaceitável impor tarifas "de forma abrupta e individual", como fez Trump em carta enviada ao presidente brasileiro e publicada no início deste mês nas redes sociais.

A posição do presidente brasileiro ocorre em meio a crescentes tensões comerciais entre os dois países. Tentativas diplomáticas lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin até o momento não conseguiram resultados.

Na semana decisiva para o Brasil, uma comitiva de oito senadores de diversas correntes políticas está nos Estados Unidos para tentar abrir um canal de negociação e evitar o tarifaço. Eles têm uma série de reuniões com parlamentares e empresários americanos, mas não há previsão de agenda com representantes da Casa Branca.

O novo pacote tarifário proposto por Trump foi vinculado, em sua declaração pública, ao tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente indiciado por conspiração para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022. Lula evitou comentar diretamente sobre essa conexão, mas reiterou a necessidade de respeito mútuo entre nações soberanas.

Durante o discurso, Lula também destacou que pediu à equipe de governo um levantamento detalhado das riquezas do solo e subsolo brasileiros. Segundo ele, apenas 30% do potencial mineral do país foi explorado ou mapeado até o momento.

O presidente brasileiro citou os minerais críticos do país - como as terras raras usadas em produtos de alta tecnologia -, reiterando sua rejeição a qualquer tentativa estrangeira de se apropriar ou restringir o acesso a esses recursos.

"Esses dias eu li uma matéria que os EUA têm interesse nos minerais críticos do Brasil. Ora, se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, eu vou pegar ele pra mim. Por que eu vou deixar para outro pegar?", questionou o presidente.

A tensão em torno do chamado "tarifaço" também repercutiu nos mercados financeiros. O Ibovespa, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu e as perspectivas de um acordo com Washington são consideradas cada vez mais remotas.

Enquanto isso, o governo brasileiro estuda alternativas para minimizar os impactos econômicos e fortalecer alianças comerciais com outras potências.

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