Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira (22) que se retirarão novamente da agência educacional, científica e cultural da Organização das Nações Unidas (ONU) devido ao que Washington considera um viés anti-Israel, apenas dois anos após o retorno.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que a saída está ligada à suposta agenda da UNESCO de "promover causas sociais e culturais divisivas". Ela acrescentou num comunicado que a decisão da UNESCO "de admitir o 'Estado da Palestina' como Estado-membro é altamente problemática, contrária à política dos EUA e contribuiu para a proliferação da retórica anti-Israel dentro da organização".
Esta será a terceira vez que os Estados Unidos deixarão a UNESCO, sediada em Paris, e a segunda vez durante o governo Trump. O presidente Donald Trump já havia se retirado durante seu primeiro mandato e os Estados Unidos retornaram após uma ausência de cinco anos, após o governo Biden solicitar o retorno à organização.
A decisão entrará em vigor no final de dezembro de 2026.
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, lamentou a decisão dos EUA de se retirarem da organização, mas acrescentou que a medida não foi uma surpresa.
"Embora lamentável, este anúncio era esperado, e a UNESCO se preparou para ele", afirmou Azoulay.
A saída dos EUA provavelmente afetará a UNESCO, pois os EUA fornecem uma parcela considerável do orçamento da agência. Mas a organização diversificou suas fontes de financiamento nos últimos anos e a contribuição dos EUA diminuiu, representando apenas 8% do orçamento total da agência.
O governo Trump anunciou em 2017 que os EUA se retirariam da UNESCO, alegando preconceito anti-Israel. Essa decisão entrou em vigor um ano depois. Os EUA e Israel pararam de financiar a UNESCO depois que esta votou pela inclusão da Palestina como Estado-membro em 2011.
Os EUA já haviam se retirado da UNESCO durante o governo Reagan, em 1984, por considerarem a agência mal administrada, corrupta e que defendia os interesses da antiga União Soviética. Tendo retornado em 2003, durante a presidência de George W. Bush.