O navio roll-on/roll-off BYD Xi'an está em construção em Yangzhou, província de Jiangsu, em 1º de maio. (Foto: Chen Yang/China Daily)
As exportações de automóveis da China estão experimentando um aumento notável, impulsionadas por melhorias logísticas e pelo domínio dos veículos de nova energia.
A BYD, fabricante chinesa líder de veículos de nova energia, recebeu seu sexto navio roll-on/roll-off nesta terça-feira (1º). Batizado de BYD Changsha, o navio tem capacidade para transportar 9.200 veículos.
Três dias antes, a empresa recebeu outro navio com a mesma capacidade, chamado BYD Xi'an. Esse navio partiu de Taicang, província de Jiangsu, no leste da China, e segue para países europeus como Itália, Reino Unido, Espanha e Bélgica.
Com mais dois navios programados para entrega este ano, a BYD aumentará a capacidade anual da frota para mais de 60.000 veículos, aprimorando a eficiência das entregas no exterior, reduzindo custos e ciclos de transporte para a BYD. A expansão logística também reflete o impulso da indústria em geral para conquistar mercados globais.
Essa atualização marítima ocorre num momento em que as exportações de automóveis da China atingiram 2,83 milhões de unidades de janeiro a maio, um crescimento anual de 16% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Associação Chinesa de Automóveis de Passageiros.
Nos primeiros cinco meses, os principais destinos dessas exportações incluíram México, Emirados Árabes Unidos, Rússia, Brasil e Bélgica.
Notavelmente, os Emirados Árabes Unidos e o México apresentaram os maiores aumentos em relação ao período correspondente em 2024, com aumentos de 74.046 e 47.595 unidades, respectivamente. Por outro lado, a Rússia registrou um declínio anual de 64%. Isso se deve à política russa de proteger sua indústria automobilística nacional, incluindo taxas de financiamento de veículos mais altas e um imposto sobre sucata nas importações.
Somente em maio, a China registrou 682.000 exportações de veículos, um aumento anual de 20% e mensal de 12%.
Os veículos de nova energia (NEVs) emergiram como o motor do crescimento, com 296.000 unidades exportadas em maio, representando 43% do total exportado. As exportações acumuladas de NEVs de janeiro a maio atingiram 1,16 milhão de unidades, um aumento de 33% em relação ao ano anterior.
Cui Dongshu, secretário-geral da CPCA, afirmou que as exportações chinesas de NEVs em 2025 tiveram um desempenho melhor do que o esperado. Híbridos plug-in e híbridos estão substituindo os veículos elétricos puros como impulsionadores do crescimento, especialmente as picapes híbridas plug-in, que se destacam entre as exportações de veículos comerciais.
Cui acrescentou que as exportações chinesas de NEVs estão passando por uma fase transformadora de desenvolvimento de alta qualidade, com foco estratégico no Oriente Médio e nas economias desenvolvidas, especialmente nos mercados da Europa Ocidental e da Ásia.
No Salão do Automóvel de Chongqing, em meados de junho, Huang Zhiming, presidente da Shanghai Zhida Technology Development, apresentou uma estrutura de três etapas para as montadoras chinesas que buscam expansão internacional. Ele enfatizou a importância de "sair" para aumentar a participação de mercado e o reconhecimento da marca; "entrar" para o estabelecimento da produção e das vendas locais; e "subir" para elevar a qualidade do produto, a tecnologia e a imagem da marca, visando maior competitividade global.
Huang também destacou a importância da colaboração estreita com indústrias, governos e empresas locais para auxiliar na penetração no mercado e obter aceitação local.
Montadoras como BYD e Chery estão liderando a vanguarda da expansão global automotiva da China.
A Chery embarcou 442.000 veículos nos primeiros cinco meses de 2025, um aumento anual de 1,6%. As exportações da BYD dobraram para 382.000 unidades no mesmo período.
Duval de Vasconcelos Barros, cônsul-geral adjunto do Brasil em Chengdu, afirmou que as marcas chinesas de NEVs venderam mais de 110.000 unidades no Brasil em 2024, conquistando uma participação de mercado de 65%.
"As montadoras chinesas BYD, Chery e Great Wall já investiram na construção de fábricas no Brasil, e o Grupo GAC também planeja estabelecer uma fábrica no Brasil no segundo semestre de 2026", afirmou ele, acrescentando que a localização da produção no Brasil está se tornando uma das melhores opções para as montadoras chinesas expandirem para o mercado latino-americano.
Além disso, a expansão do mercado global exige uma abordagem diferenciada que leve em consideração as especificidades regionais.
A Tailândia, que atualmente possui apenas um laboratório de testes de veículos elétricos, pediu às montadoras chinesas que entrarem no país que não apenas introduzam NEVs e tecnologia, mas também colaborem para estabelecer mais laboratórios de testes de veículos elétricos, aprimorando a infraestrutura do país e a confiança do consumidor nos veículos elétricos.
Edmund Araga, presidente da Associação de Veículos Elétricos das Filipinas, observou que o país valoriza a fusão de padrões estrangeiros e locais na promoção de NEVs. Eles esperam que as montadoras chinesas compartilhem estudos de caso locais ao entrarem no mercado.
A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis prevê que o crescimento das exportações desacelere para 5,8% em 2025, encerrando uma era de hiperexpansão. No entanto, o setor de NEVs continua robusto, impulsionado pela inovação tecnológica e pela crescente demanda tanto em economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento.