Representantes das academias científicas dos países-membros do BRICS propuseram na quarta-feira, no Rio de Janeiro, a criação de uma rede de soluções climáticas focada em tecnologias para a transição energética, além do desenvolvimento de programas conjuntos em inteligência artificial.
As propostas fazem parte da declaração final do Fórum das Academias de Ciências do BRICS, realizado como parte das atividades pré-cúpula do grupo, que ocorrerá nesta cidade nos dias 6 e 7 de julho.
A declaração destacou o "potencial extraordinário" do BRICS para promover uma nova governança global multipolar, especialmente após a recente expansão do bloco. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo agora inclui Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia, enquanto outros países, como Nigéria, Cuba, Bolívia, Cazaquistão, Belarus, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, participam como parceiros.
Na declaração conjunta, as academias enfatizam que, em um mundo fragmentado por barreiras comerciais, conflitos geopolíticos e degradação ambiental, é essencial fortalecer a solidariedade entre as nações para promover o desenvolvimento humano, a saúde, a justiça social, a sustentabilidade planetária e a paz.
Os participantes alertaram que persiste uma lacuna significativa na cooperação científica e tecnológica entre os países do BRICS e observaram que os níveis atuais de publicações conjuntas e inovação demonstram um potencial inexplorado. De acordo com a declaração, sem uma ação deliberada e coordenada, corre-se o risco de se perder oportunidades transformadoras para enfrentar as desigualdades e os desafios socioeconômicos do desenvolvimento.
A declaração também propõe o estabelecimento de uma estrutura formal de cooperação de longo prazo entre universidades, instituições científicas e redes de inovação nos países do bloco, que possa ser traduzida em iniciativas concretas. Sugere também concentrar esforços conjuntos em áreas-chave como energia limpa, inteligência artificial, biotecnologia e sustentabilidade ambiental.
O Fórum de Academias de Ciências do BRICS tem edições anuais e, em 2025, foi realizado no Rio de Janeiro porque a capital fluminense vai sediar a Reunião de Cúpula do BRICS, nos próximos dias 6 e 7 de julho.
Com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do governo federal, e apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), reuniu representantes de alto nível das academias científicas do bloco para debater formas de fortalecer a cooperação científica no Sul Global.