Ministros da Saúde do BRICS discutiram na terça-feira, em Brasília, a adoção de uma parceria para a eliminação de doenças socialmente determinadas, que será recomendada aos líderes do bloco, que estarão reunidos no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.
O tema foi uma das oito prioridades escolhidas pela presidência brasileira do BRICS na área da saúde, inspirada no Programa Brasil Saudável, que busca enfrentar problemas sociais e ambientais que afetam a saúde dos mais vulneráveis socialmente.
A declaração foi firmada durante a 15ª Reunião de Ministros da Saúde do bloco, realizada terça-feira no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O BRICS é formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, além de outros dez países parceiros.
Na abertura da reunião, o Ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, enfatizou que a eliminação das doenças socialmente determinadas requer uma abordagem integrada à saúde pública, combinando promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação.
Além disso, afirmou, é necessário garantir o acesso à água potável, saneamento básico, nutrição adequada, moradia digna, trabalho e renda.
Com a declaração conjunta, os ministros da saúde dos BRICS reconhecem que as doenças socialmente determinadas estão diretamente associadas a fatores como pobreza, exclusão social, falta de saneamento básico e acesso precário à saúde.
Se adotada na cúpula de líderes em julho, enfatizou o governo brasileiro, a recomendação marcará um avanço histórico na cooperação internacional em saúde, com foco em equidade e justiça social.
Padilha enfatizou que os determinantes sociais da saúde impactam países e regiões de diferentes maneiras, refletindo especificidades nacionais, padrões de doenças e diversos contextos epidemiológicos e socioeconômicos.
No total, o documento elenca oito temas prioritários a serem adotados pelos BRICS na área da saúde, incluindo a eliminação de doenças socialmente determinadas, infraestrutura física e tecnológica em áreas remotas e inteligência artificial em saúde.
Além disso, estão previstas ações como o fortalecimento do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas do BRICS, coordenado pelo Brasil por meio da Fiocruz, com a missão de ampliar a capacidade regional e global de inovação, produção e acesso equitativo às vacinas.
Para Padilha, a declaração consolida avanços significativos, como o fortalecimento da resposta à tuberculose, a promoção da saúde digital com foco em equidade e soberania, e o incentivo à produção local de vacinas e medicamentos.