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Brasil busca consolidar posição como polo produtor de vacinas de mRNA em parceria com países do BRICS

Fonte: Xinhua    18.06.2025 13h20

O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, afirmou na terça-feira que o país está trabalhando para consolidar sua posição como um dos principais polos produtores de vacinas baseadas na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), com o apoio de instituições nacionais e em cooperação com os países do BRICS.

Durante coletiva de imprensa realizada paralelamente à 15ª Reunião de Ministros da Saúde do BRICS, que ocorreu em Brasília, Padilha destacou que essas vacinas, inicialmente desenvolvidas para uso humano durante a pandemia da COVID-19, demonstraram grande eficácia e rápida adaptação a novos patógenos.

O ministro enfatizou a importância das parcerias que o Brasil estabeleceu com instituições científicas como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento desta nova plataforma tecnológica.

Ele também mencionou que o Brasil mantém acordos estratégicos com os países do BRICS, em especial a China, para impulsionar a produção de vacinas de mRNA. "Durante a visita do presidente Lula à China, foi firmada uma parceria estratégica com empresas produtoras de vacinas, que reforçam essa cooperação", indicou.

O ministro também criticou as recentes decisões do governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump, de cancelar contratos previamente assinados para a produção de vacinas, incluindo aquelas que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro.

"Acho um absurdo ver o atual presidente dos Estados Unidos e seu governo cancelarem contratos previamente assinados, rompendo acordos para o desenvolvimento e a produção de vacinas de mRNA", disse Padilha. Segundo ele, também foram registrados cortes orçamentários para universidades americanas que pesquisam esse tipo de vacina.

"Nós estamos vendo esse movimento nos Estados Unidos. Mas, aqui, o BRICS construiu um outro movimento, do qual o Brasil faz parte, que é apostar na ciência, investir no desenvolvimento dessas plataformas de vacina, e colocar recursos próprios", disse.

Padilha concluiu afirmando que o Brasil está determinado a assumir um papel de liderança na produção de vacinas inovadoras, impulsionado por sua colaboração com os países dos BRICS. "O Brasil quer ocupar esse espaço nas novas plataformas de vacinas e conseguirá isso graças também a essa cooperação internacional", afirmou.

Conforme explicado pelo Ministério da Saúde do Brasil, as vacinas de RNA mensageiro funcionam ensinando as células do corpo a produzir uma proteína específica, que desencadeia uma resposta imunológica. Uma vez concluído esse processo, o RNA mensageiro é eliminado naturalmente do corpo.

O Ministério da Saúde enfatizou que esse tipo de vacina não altera o DNA humano, não afeta o sistema reprodutivo nem interfere nos processos naturais do corpo, além de fortalecer o sistema imunológico.

O governo brasileiro acredita que o investimento nessa tecnologia é fundamental para melhorar a preparação para futuras pandemias, garantir a autonomia sanitária do país e fortalecer a cooperação Sul-Sul dentro do BRICS.

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