Agentes da alfândega verificam mercadorias com "reembolso na compra" no porto de Wenjindu, em Shenzhen, Província de Guangdong, sul da China, em 30 de abril de 2025. (Mao Siqian/Xinhua)
A China registrou um aumento expressivo no consumo interno, após a implementação de sua nova política de reembolso de impostos nas partidas, com aumentos notáveis tanto no número de lojas de reembolso de impostos quanto no valor total reembolsado.
Entre 27 de abril e 26 de maio, o número de transações de reembolso de impostos de saída processadas pelas autoridades fiscais do país aumentou 116% em relação ao ano anterior, e as vendas em lojas de reembolso de impostos aumentaram 56%, segundo a Administração Tributária Estatal, na terça-feira.
O país expandiu seu modelo de serviço de reembolso de compras em todo o país, com o número de transações relacionadas aumentando 32 vezes e as vendas aumentando 50 vezes em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo governo.
Impulsionadas pelas novas medidas políticas, 1.303 novas lojas de reembolso de impostos de embarque foram abertas em todo o país durante o período, elevando o total para 5.196 - um aumento de 40% em relação ao final de 2024, de acordo com os dados.
Esse aumento no consumo interno resulta dos esforços mais recentes da China para incentivar o consumo de turistas estrangeiros. Em 27 de abril, o país introduziu um pacote de medidas para otimizar sua política de reembolso de impostos de embarque, incluindo medidas que reduzem o limite mínimo de compra para reembolsos, aumentam o teto de reembolso em dinheiro, expandem a rede de lojas participantes e ampliam a gama de produtos abrangidos.
A China também está promovendo um modelo de serviço de reembolso na compra, permitindo que turistas qualificados recebam reembolsos de impostos instantaneamente em lojas de varejo, em vez de esperar até deixarem o país.
Turistas internacionais na China podem agora solicitar reembolsos de impostos se gastarem pelo menos 200 yuans (cerca de US$ 27,84) em uma única loja em um único dia e atenderem a outros requisitos relevantes, com reembolsos pagáveis de diversas formas, incluindo pagamentos por celular, transferência bancária e dinheiro. O limite máximo para reembolsos em dinheiro foi aumentado para 20.000 yuans.
As metrópoles chinesas lideraram esse aumento nas compras. No mês seguinte à implementação da política, Shanghai registrou um aumento anual de 86% nas vendas envolvendo transações de reembolso de impostos e um aumento de 77% no valor total reembolsado, de acordo com as autoridades fiscais locais.
Com um teto de reembolso em dinheiro aumentado e um limite mínimo de compra reduzido para reembolsos, a nova política permite que os compradores estrangeiros desfrutem de benefícios em uma ampla gama de produtos, desde produtos de luxo até itens de uso diário, como roupas, disse Chen Xiaoling, gerente geral do outlet Florentia Village, em Shanghai. A política tornou as compras na China mais convenientes e proporcionou melhor custo-benefício para visitantes internacionais, observou Chen.
Esse processo simplificado de reembolso impulsionou o entusiasmo por compras entre turistas internacionais.
No WF Central, um shopping de luxo na popular rua comercial Wangfujing, em Beijing, um grande banner, promovendo o serviço de reembolso de imposto na compra, está pendurado em destaque no átrio central. Esse serviço agora está disponível em quase 40 lojas de marcas internacionais no shopping.
Alice, uma turista dos Estados Unidos em visita à família na China, comprou recentemente um relógio e solicitou o reembolso do imposto. Ela apresentou seu passaporte, juntamente com seus dados de compra e de partida, no balcão de atendimento e recebeu o reembolso em minutos.
O Plaza 66, em Shanghai, considera o serviço de reembolso nas compras um importante motor para impulsionar sua competitividade no mercado e fortalecer seu perfil internacional. Até 27 de maio, o shopping havia processado mais de 280 transações de reembolso na compra — superando o total do ano de 2024.
A China está acelerando o desenvolvimento de cidades-centro de consumo internacional para estimular o consumo interno. O país está trabalhando para transformar cinco cidades — Shanghai, Beijing, Guangzhou, Tianjin e Chongqing — em grandes centros de compras.
Também para estimular o consumo interno, a China aumentará o número de lojas duty-free e expandirá a gama de produtos elegíveis para o serviço de reembolso na compra, especialmente bens digitais de alta tecnologia, como smartphones, smartwatches e pequenos eletrodomésticos, bem como itens populares entre os consumidores mais jovens, disse Shi Zeyi, funcionário do Ministério da Cultura e Turismo, no mês passado.
O vice-ministro do Comércio da China, Sheng Qiuping, declarou recentemente que a China continuará a melhorar seu ambiente de consumo internacional, aumentar sua oferta de produtos de alta qualidade e criar cenários de consumo mais diversificados para impulsionar o consumo interno.
