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China aprova alguns pedidos de exportação de terras raras

Fonte: Diário do Povo Online    09.06.2025 10h07

A China aprovou uma série de pedidos de licença de exportação para itens relacionados a terras raras, em meio à crescente demanda externa por elementos de terras raras médias e pesadas, usados no setor de manufatura de alta tecnologia, afirmou o Ministério do Comércio em um comunicado recente.

Analistas comerciais afirmaram que essa abordagem busca equilibrar os interesses da China em termos de segurança de recursos, com seu papel de fornecedora-chave na cadeia de valor global de alta tecnologia, particularmente em setores como robótica industrial e veículos elétricos.

À medida que os elementos de terras raras médias e pesadas se tornam cada vez mais críticos para a manufatura de próxima geração, gerenciar sua exportação por meio de mecanismos de licenciamento permite que a China apoie a inovação global, ao mesmo tempo em que protege o fornecimento doméstico para indústrias-chave, afirmou Mei Xinyu, pesquisadora da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica em Beijing.

"Esta é uma medida calibrada para preservar a competitividade econômica e tecnológica da China a longo prazo", disse Mei.

Um porta-voz do Ministério do Comércio afirmou que impor controles de exportação sobre itens relacionados a terras raras está em linha com a prática internacional, visto que tais itens de dupla utilização podem ter aplicações civis e militares.

A China continuará a fortalecer a revisão de pedidos em conformidade e está pronta para aprimorar a comunicação e o diálogo sobre controles de exportação com os países relevantes, por forma a facilitar o comércio em conformidade, afirmou o porta-voz em um comunicado online divulgado no sábado.

No início de abril, a China implementou medidas de controle de exportação de certos itens relacionados a sete tipos de elementos de terras raras médias e pesadas para melhor proteger a segurança nacional e cumprir as obrigações internacionais relacionadas.

Embora as exportações de terras raras da China tenham caído 15,6% em relação ao mês anterior, para 4.785 toneladas métricas em abril, as exportações totais do país nessa categoria atingiram 18.962 toneladas nos primeiros quatro meses do ano, um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior, de acordo com estatísticas da Administração Geral das Alfândegas.

Esses números sugerem uma tendência de crescimento constante no mercado de exportação em geral, e a gestão dos recursos de terras raras da China depende de um sistema de licenciamento de exportação, em vez de uma proibição total, disse Ding Rijia, professor especializado em operações da cadeia de suprimentos industrial na Universidade Chinesa de Mineração e Tecnologia, em Beijing.

Ding afirmou que essa abordagem visa garantir a utilização sustentável dos recursos e a proteção ambiental, mantendo cadeias de suprimentos globais estáveis para setores-chave, como energia limpa, manufatura avançada e eletrônicos.

Durante suas conversas na semana passada com o Comissário Europeu para Comércio e Segurança Econômica, Maros Sefcovic, em Paris, França, o Ministro do Comércio, Wang Wentao, explicou as políticas de controle de exportação da China à União Europeia, enfatizando que a implementação de controles de exportação de elementos de terras raras e outros itens está alinhada com práticas internacionais amplamente aceitas.

A China está disponível para estabelecer um canal verde para solicitações elegíveis e agilizar o processo de aprovação, afirmou o ministério em um comunicado separado no sábado. O ministério acrescentou que as equipes de trabalho relevantes foram instruídas a facilitar a comunicação oportuna e contínua sobre o assunto.

Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, afirmou que as empresas europeias têm assistido recentemente a mais aprovações de exportação de terras raras.

"Estamos em contato regular com as autoridades chinesas sobre esta questão e agora estamos desenvolvendo recomendações que acreditamos que podem eliminar a volatilidade que muitas empresas estão enfrentando. Isso será do interesse mútuo da UE e da China", afirmou.

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