Comércio China-América Latina deve disparar

Fonte: Xinhua    29.05.2025 16h31

O avanço constante da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), juntamente com uma rede crescente de acordos bilaterais de livre comércio, abrirá um novo potencial para os laços de comércio e investimento entre a China e a América Latina nos próximos anos, informou o China Daily, citando observadores do mercado e exportadores.

Com a melhoria na conectividade da infraestrutura no âmbito da ICR por meio da atualização das instalações portuárias, redes de logística e corredores de comércio digital, eles indicaram que a integração regional está avançando, reduzindo os custos de transporte e expandindo o acesso aos mercados globais.

Embora vários países estejam enfrentando desafios gerados por protecionismo e unilateralismo, os acordos de livre comércio (ALC) de alto padrão, como o ALC China-Chile, o ALC China-Equador e o ALC China-Costa Rica, servirão de referência para futuras parcerias econômicas, promovendo o comércio baseado em regras, a proteção da propriedade intelectual e as práticas de desenvolvimento sustentável, disse Wang Qian, pesquisador especializado em comércio internacional da Universidade de Negócios e Economia Internacionais de Shanghai.

À medida que a China continua a expandir sua abertura de alto padrão e os países latino-americanos buscam estratégias de diversificação, a estrutura bilateral em evolução não apenas aprofundará a interdependência econômica, mas também promoverá o crescimento inclusivo e a prosperidade compartilhada em ambos os lados, de acordo com Wang.

Segundo o Ministério do Comércio, a China está agora negociando atualizações para o ALC China-Peru e discutindo novos ALCs com o Panamá e Honduras. Além disso, o país realizou um estudo de viabilidade de ALC China-Colômbia, com o objetivo de fortalecer a cooperação comercial e econômica bilateral.

A natureza complementar das economias dos dois lados amplia ainda mais o potencial para uma cooperação mais profunda, disse Sun Yanfeng, pesquisador especializado em estudos latino-americanos do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, com sede em Beijing.

Os abundantes recursos naturais e a produção agrícola da América Latina se alinham perfeitamente com a proeza manufatureira e o vasto mercado consumidor da China, criando sinergias comerciais robustas, declarou Sun.

"Empresas chinesas, como a BYD, a China General Nuclear Power Corp e a China COSCO Shipping Corp, também estão investindo cada vez mais em setores como energia renovável, manufatura, transporte, mineração e agronegócio em toda a América Latina, trazendo capital, tecnologia e saber para as economias locais", acrescentou.

O fluxo de investimento direto da China para a América Latina totalizou US$ 14,71 bilhões em 2024. Durante o primeiro trimestre de 2025, o investimento chinês na região atingiu US$ 270 milhões. Até março deste ano, os países latino-americanos haviam estabelecido um total de 37 mil empresas na China, mostraram dados do Ministério do Comércio.

O volume de comércio China-América Latina bateu um recorde de US$ 518,47 bilhões em 2024, um aumento anual de 6%, enquanto o valor total de comércio ficou em US$ 162,21 bilhões entre janeiro e abril, revelou a Administração Geral das Alfândegas.

A Changzhou Samkit Electric Co Ltd, fabricante de eletrodomésticos de Changzhou, na Província de Jiangsu, no leste da China, enviou aspiradores de pó inteligentes no valor de 1,15 milhão de yuans (US$ 159.420) para o Brasil no início de maio e participará de mais feiras comerciais na América Latina na segunda metade deste ano, observou a Alfândega de Nanjing.

"Mudar nosso foco de um único mercado - principalmente os Estados Unidos - para mercados emergentes, como o Brasil, será nossa transformação mais importante este ano", disse Qiu Riju, gerente geral da empresa.

(Web editor: Beatriz Zhang, 符园园)
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