A Aliança Democrática de centro-direita, liderada pelo atual primeiro-ministro Luís Montenegro, conquistou a vitória nas eleições parlamentares de Portugal no domingo, de acordo com resultados oficiais.
No entanto, a aliança, que obteve 32,1% dos votos, ou 86 assentos, ficou muito aquém dos 116 assentos necessários para uma maioria no parlamento de 230 membros para formar um governo por conta própria.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Administração Interna, o Partido Socialista ficou em segundo lugar com 23,38% dos votos, garantindo 58 assentos. O partido de extrema-direita, o Chega, ficou logo em seguida com 22,56%, também conquistando 58 assentos.
A política de imigração, a crise do custo de vida e a habitação foram as questões dominantes nessa eleição, provocando um amplo debate público. As pesquisas indicaram um aumento acentuado na preocupação dos eleitores com a estabilidade política e o bem-estar econômico.
Portugal é uma república parlamentar com uma legislatura unicameral de 230 membros, eleitos por voto direto para mandatos de quatro anos. Em 13 de março, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas para 18 de maio, marcando a terceira eleição parlamentar antecipada do país em menos de quatro anos.
Fundado em 2019, o Chega foi inicialmente visto como um partido marginal devido à sua retórica radical e postura antiestabelecimento. Em apenas seis anos, passou de uma única cadeira no parlamento para 58, entrando na política dominante.
O partido aproveitou a frustração generalizada com os partidos políticos tradicionais, especialmente em relação a questões persistentes como falta de moradia, um sistema de saúde pública sobrecarregado e escândalos de corrupção recorrentes.
O Chega conquistou forte apoio de eleitores conservadores com suas posições rígidas sobre imigração, segurança pública e identidade nacional.
Como Montenegro descartou uma coligação com o Chega, espera-se agora que o partido lidere a oposição. No entanto, com o Chega agora a deter um número significativo de assentos, governar sem o seu apoio será um grande desafio.
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa também expressou forte oposição à participação dos partidos de extrema-direita no governo, acrescentando ainda mais incerteza à formação e estabilidade do próximo governo.