Uma delegação da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin visitou recentemente o Brasil, com o objetivo de aprofundar os intercâmbios econômicos e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa.
A missão foi liderada por Nie Xinping, vice-diretor da Comissão Executiva da Zona, e contou com representantes dos departamentos de desenvolvimento econômico, assuntos jurídicos e estatísticas.
Durante a visita, a delegação participou em São Paulo da Conferência Econômica e Financeira China-Brasil. No painel temático "Perspectivas Econômicas, Comerciais e de Investimento: China e Brasil", Nie Xinping destacou as políticas de alto nível de abertura da Zona e as vantagens únicas de Hengqin, com ênfase nas medidas concretas de apoio à cooperação sino-brasileira, sobretudo no contexto atual de reconfiguração das cadeias globais de suprimento.
A delegação também visitou empresas brasileiras de destaque, como os grupos ClimaRio, Comexport, Suzano, Louis Dreyfus e Bunge Brasil, cobrindo os setores de manufatura, processamento de alimentos e comércio internacional.
Eles também visitaram as instituições como o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Base de Cooperação China Brasil para Medicina Chinesa, a empresa Anjun Express e o armazém alfandegário do aeroporto de São Paulo.
Nas reuniões, os representantes chineses apresentaram o modelo de desenvolvimento integrado "Macau + Hengqin", além do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A delegação incentivou empresas brasileiras a aproveitarem os recursos e a conectividade oferecidos pela plataforma sino-lusófona sediada em Macau para expandir suas operações na China.
Criada oficialmente em 2021, a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin é uma iniciativa estratégica do governo central para apoiar a diversificação econômica adequada de Macau. Com cerca de 106 km², a Zona adota um sistema aduaneiro especial, promovendo circulação eficiente de mercadorias, pessoas e capitais.
A região conta com um regime fiscal preferencial para empresas e profissionais qualificados e está voltada ao desenvolvimento de setores como alta tecnologia, medicina tradicional chinesa, turismo, exposições e finanças modernas.
No recente discurso sobre a política do ano fiscal de 2025, o chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Sam Hou Fai, sublinhou que Hengqin é fundamental para desbloquear a diversificação econômica adequada de Macau, e o governo da RAEM considera que a realização de alta qualidade dos objetivos de desenvolvimento da segunda fase da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin é uma tarefa significativa.
Dados oficiais mostram que as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa somam US$ 225,18 bilhões em 2024, registrando um aumento anual de 1,95%, sendo o Brasil o principal parceiro. A Zona de Cooperação Aprofundada de Hengqin visa servir como elo estratégico entre o mercado chinês e os países lusófonos, consolidando-se como novo polo de abertura e inovação no âmbito da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.