Por Zhang Rong
Ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira. (Foto: Zhang Rong / Diário do Povo Online)
O Seminário Empresarial China-Brasil foi realizado em Beijing, na segunda-feira (12), e contou com a presença de autoridades e empresários dos dois países. Em entrevista à Diário do Povo Online, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, destacou a importância estratégica da parceria sino-brasileira para o desenvolvimento sustentável e para a transição energética global.
"Sem dúvida nenhuma, a China é a maior parceira comercial do Brasil, a maior parceira política nesse momento do Brasil. Nós pensamos igual", afirmou o ministro. Ele ressaltou que tanto o presidente Lula quanto o presidente Xi Jinping são defensores do multilateralismo, do diálogo permanente e da construção de políticas convergentes voltadas para a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das populações.
Silveira destacou que a sinergia entre Brasil e China se fortalece ainda mais em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos.
O ministro enfatizou que os desafios da sustentabilidade não podem ser resolvidos de forma isolada, já que a emissão de carbono ultrapassa as fronteiras nacionais. Por isso, reiterou o compromisso do presidente Lula com uma governança global para a transição energética: “A transição energética tem que ter uma governança global. Como defende o presidente Lula, sem diálogo isso não é possível”.
Durante visita à China, a delegação brasileira participou de reuniões com empresas estratégicas como CGN, BID e Huawei, todas demonstrando forte disponibilidade para investir no Brasil, especialmente no setor de energias renováveis. Ele frisou que o Brasil tem se consolidado como um celeiro dessas energias ao longo dos anos, e que, nos últimos dois anos, o país avançou de forma vigorosa nesse campo graças a uma série de políticas públicas.
Entre as principais ações mencionadas estão o programa "Combustível do Futuro", a criação de mandatos para o uso de combustível sustentável de aviação e diesel verde, a normatização da captura e estocagem de carbono, além da rápida aprovação da Lei do Hidrogênio Verde e da regulamentação da geração eólica offshore. Todas essas medidas, segundo o ministro, consolidam o Brasil como protagonista da transição energética global.
"Vamos para a COP com muito orgulho de sermos o país que tem a melhor matriz energética do mundo. Mas agora, com a oportunidade de exportar sustentabilidade. O Brasil não vai perder um segundo sequer para ajudar o mundo a se descarbonizar", declarou.
Silveira também apontou a relação entre energia limpa e o crescimento de setores como inteligência artificial e data centers. Ele informou que o governo brasileiro, em parceria com o estado do Ceará, está empenhado em reforçar a infraestrutura de transmissão de energia até o porto de Pecém, com vista a atrair investimentos e consolidar uma política nacional de data centers.
"A maior parte desses investimentos exige, até por questões de compliance, que a energia seja limpa e renovável – e o Brasil é o celeiro dessas energias", afirmou.