Os países-membros do BRICS iniciaram nesta terça-feira a fase presencial da reunião técnica do Grupo de Trabalho sobre Emprego em Brasília, sob a presidência brasileira, com foco no impacto da transformação digital e da inteligência artificial no mundo do trabalho.
O evento, que vai até quinta-feira, foi aberto pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que enfatizou a necessidade de enfrentar os desafios da digitalização com políticas que garantam justiça social, inclusão e proteção ao trabalhador.
"A transição não pode ser encarada apenas como uma estratégia econômica, mas como uma necessidade social. É fundamental garantir que essa mudança seja inclusiva, gerando empregos de qualidade e oferecendo proteção aos mais vulneráveis. Isso é essencial tanto para o presente quanto para o futuro do trabalho", afirmou.
A reunião conta com a presença de representantes dos 11 países-membros do BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã - além de organizações internacionais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Estiveram também presentes Moustapha Kamal Gueye, coordenador do Programa de Empregos Verdes da OIT em Genebra; Vinicius Pinheiro Carvalho, diretor da OIT no Brasil; e Anita Amorim, responsável por parcerias emergentes da entidade.
Kamal Gueye enfatizou que uma "transição justa não é apenas uma aspiração, mas uma necessidade concreta. Precisamos de políticas públicas que maximizem as oportunidades econômicas e sociais, minimizem os impactos adversos e estejam alicerçadas em direitos fundamentais no trabalho". Segundo Gueye, o BRICS tem potencial para liderar esse processo globalmente.
Marinho destacou o andamento das negociações sobre o capítulo de inteligência artificial dentro do grupo de trabalho, refletindo o compromisso coletivo com o desenvolvimento sustentável.
Ele também indicou que os resultados da reunião serão levados para a COP30, que será realizada em novembro na cidade brasileira de Belém. "Este é um momento histórico para reforçarmos nosso compromisso com a justiça social e ambiental. O trabalho deste grupo certamente contribuirá para os debates globais sobre esses temas", declarou.
Em sua análise do cenário internacional, o ministro defendeu uma abordagem equilibrada às atuais tensões geopolíticas e econômicas. "É preciso serenidade e pé no chão para conduzirmos esses debates e protegermos a globalização, valorizando a importância dos organismos internacionais", destacou,
Por fim, Luiz Marinho reafirmou o compromisso do Brasil com uma governança global mais inclusiva e agradeceu à OIT e à Associação Internacional de Seguridade Social pelo apoio. "Que os próximos dias de trabalho sejam produtivos e inspiradores para todos", concluiu.