Macau consolida papel de "interlocutor preciso" na cooperação sino-lusófona, segundo especialistas

Fonte: Xinhua    31.03.2025 09h19

Apesar de seu porte limitado em comércio exterior e investimento estrangeiro, Macau tem desenvolvido mecanismos inovadores para se posicionar como um elo estratégico, servindo de ponte para a colaboração integral e mutuamente benéfica entre a China e os países de língua portuguesa (PLPs), afirmou Ji Xianzheng, secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau (Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa), em uma entrevista à Xinhua na última quinta-feira.

Ji destacou que, aproveitando as vantagens de "um país, dois sistemas", o papel de Macau como "interlocutor preciso" entre a China e os PLPs está se tornando cada vez mais evidente.

O Relatório de Desenvolvimento dos Países de Língua Portuguesa (2023), divulgado nesta semana, aponta que a cooperação econômica e comercial entre a China e os PLPs avança em múltiplas frentes, sendo que Macau se tornou uma ponte fundamental, aproveitando plenamente da sua vantagem única de conectar a parte continental da China e os países lusófonos.

A China e os PLPs possuem características econômicas e estruturas industriais complementares e desfrutam cada vez mais de uma cooperação comercial estável. Dados oficiais mostram que as trocas comerciais entre a China e os PLPs somam US$ 225,18 bilhões em 2024, registrando um aumento anual de 1,95%.

Wang Cheng'an, especialista convidado do relatório, destacou que, no atual contexto de rápida evolução do cenário global, este volume comercial se multiplicou por 20 vezes em pouco mais de duas décadas, o que não se pode alcançar sem esforços multilaterais e o papel facilitador do Fórum de Macau.

Fundado em 2003, o Fórum de Macau tem como objetivo fomentar o intercâmbio comercial e criar uma nova forma de cooperação baseada na afinidade linguística e cultural.

Macau abriga as reuniões ministeriais do Fórum e o seu secretariado permanente, o que tem permitido a realização de encontros decisivos, como o da sexta reunião ministerial realizada em abril de 2024, onde foram celebrados importantes acordos e delineadas novas áreas de cooperação, como economia digital, desenvolvimento verde e economia azul.

De acordo com Ji, Macau se posiciona como um interlocutor preciso que conecta a China e os PLPs, focando em setores prioritários subordinadas pela estratégia "1+4" para o desenvolvimento industrial diversificado, além de se dotar de uma plataforma de serviços para a cooperação comercial sino-lusófona.

Essa estratégia tem elevado a projeção da RAEM como uma metrópole internacional que facilita a cooperação de benefícios mútuos em todos os setores da China com os PLPs.

Desde a criação do Fórum, o estoque de investimentos da China e o volume de obra concluída pelas empresas chinesas nos PLPs ultrapassaram respectivamente US$ 80 bilhões e US$ 140 bilhões, desfrutando da qual a atualização de infraestrutura e o desenvolvimento industrial e agrícola local.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)
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