O presidente de São Tomé e Príncipe Carlos Vila Nova dissolveu nesta segunda-feira o governo liderado pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada e solicitou ao seu partido que apresente outra pessoa para assumir o cargo de primeiro-ministro e chefe do governo dentro de 72 horas, através de um decreto presidencial que a Xinhua teve acesso.
O decreto presidencial criticou a "assinalável incapacidade" do governo liderado por Trovoada, acrescentando que o primeiro-ministro teve "períodos frequentes e prolongados de ausência" no país, sem que resultassem ganhos visíveis para o Estado e para o povo são-tomense, traduzindo-se, pelo contrário, em despesas injustificáveis para o erário público.
"Considerando, ainda, a falta, por parte do primeiro-ministro, de uma clara cooperação estratégica e uma manifesta deslealdade institucional, fatores que vêm entorpecendo a relação institucional que deve existir entre o Presidente da República e o Governo, através do primeiro-ministro", afirmou o decreto.
Segundo a agência STP-PRESS na terça-feira, a tensão entre o presidente e o primeiro-ministro, ambos do Partido Ação Democrática Independente (ADI), agravou-se no final do ano passado, quando o governo aprovou o aumento das taxas aeroportuárias para 200 euros através de uma resolução, ultrapassando um veto político do chefe de Estado, que prometeu trabalhar para anular o diploma.
O veículo de imprensa acrescentou que, de acordo com a Constituição da República de São Tomé e Príncipe, caso o ADI proponha novamente o nome de Trovoada, o chefe de Estado poderá convidar o segundo partido mais votado a formar o governo, que, se não conseguir uma maioria parlamentar, dará ao presidente a possibilidade de marcar eleições legislativas dentro do prazo de três meses.