Cientistas da Universidade de Tianjin desenvolveram um catalisador barato e ecológico para o propileno – uma matéria-prima presente em plásticos, fibras e produtos farmacêuticos – que poderá reduzir pela metade os custos de produção.
A descoberta, publicada na última sexta-feira na revista Science, foi liderada pelo vice-presidente da universidade, Gong Jinlong.
"O novo catalisador demonstra a excecional seletividade e estabilidade do propileno', disse Chen Sai, o primeiro coautor do estudo, da Escola de Engenharia Química e Tecnologia da universidade.
"Ele supera seus equivalentes internacionais e pode reduzir custos em 30% a 50%, garantindo ao mesmo tempo uma produção não tóxica e um baixo consumo energético durante a preparação e uso do catalisador."
A descoberta recorre a dois recursos amplamente disponíveis: o titânio e o níquel.
"O titânio está abundantemente disponível na Terra, sendo a China um dos países mais ricos nesse recurso”, disse Chen. "O níquel também é abundante em todo o mundo".
A China produziu mais de 60 milhões de toneladas métricas de propileno no ano passado – cerca de um terço da produção global – avaliadas em mais de 600 mil milhões de yuans (82,5 mil milhões de dólares).
Entre as várias tecnologias de produção de propileno, a desidrogenação de propano, ou PDH, é amplamente preferida devido à sua elevada eficiência econômica e à reduzida dependência do petróleo.
No entanto, os catalisadores PDH tradicionais dependem fortemente da platina ou do óxido de cromo tóxico, tornando o processo caro e prejudicial ao meio ambiente, segundo a universidade.
A busca por um catalisador de propileno de próxima geração mais barato, mais ecológico e mais eficiente tem sido um foco global na pesquisa científica.
A equipe de aventura em energia e catálise da Universidade de Tianjin propôs o uso de óxidos baratos e ecológicos para interagir eletronicamente com metais e melhorar o processo catalítico e, posteriormente, desenvolveu um catalisador composto de óxido de titânio e níquel.