Por Beatriz Cunha e Fátima Fu
Francisco Foot Hardman, professor titular da Universidade Estadual de Campinas e autor de “Meu Diário da China: a China real aos olhos de um brasileiro”.
O professor brasileiro Francisco Foot Hardman, autor de “Meu Diário da China: a China real aos olhos de um brasileiro”, esteve em Beijing para atender à palestras universitárias e concedeu uma entrevista exlusiva ao Diário do Povo Online.
Foot contou sua primeira experiência na China, quando recebeu convite para lecionar em 2019 na Universidade de Pequim, com a opção de permanência de seis meses ou um ano, decidiu ficar por um ano. Ele destacou ter havido uma diferença bem distinta entre os seis primeiros meses e o período restante, quando ocorreu a pandemia da Covid-19.
Durante a estadia na China, Francisco viajou para algumas outras cidades e províncias da China. Segundo ele, praticamente cada um de seus alunos era de uma província diferente, e todos estavam muito ansiosos por recebê-lo em suas casas.
Além da receptividade excepcional, Foot destacou o compromisso dos alunos chineses com o estudo, e explicou que ficou impressionado especialmente com a pontualidade e o cumprimento de todas as tarefas propostas.
Desta vez, o professor Foot, que veio para algumas atividades acadêmicas na Universidade de Pequim por um período de apenas dois meses, ficou surpreso com a concentração de pessoas em Beijing, uma visão completamente diferente da Beijing vazia de 2020.
Ele aproveitou para fazer visitas turísticas pela cidade e ficou admirado com o metrô de Beijing. Dos pontos turísticos que visitou, seu local preferido foi o Museu do Grande Canal.
A própria Universidade de Pequim se tornou um ponto turístico, que muitas pessoas querem conhecer, disse ele, observando ter havido um aumento no número de pessoas que visitam o campus.
Foot contou ao Diário do Povo Online que seu livro “Meu Diário da China: a China real aos olhos de um brasileiro” surgiu no período da Covid-19, quando a Folha de São Paulo o convidou para escrever um artigo contando sobre a nova realidade do cotidiano chinês.
O artigo foi bem recebido por outras mídias, e em seguida foi publicado pelo jornal virtual da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Outros artigos foram produzidos por ele para a Unicamp, e posteriormente a Editora da Universidade de Pequim se interessou por seus artigos, que foram compilados resultando no livro.
O título original de seu livro era “Minha China Tropical”, mas foi modificado para “Meu Diário da China” devido à questão de tradução, para que houvesse melhor entendimento e aceitação do publico chinês, explicou o autor. No entando, para a versão brasileira, que será lançada no Brasil, o título original foi preservado.
“...a minha China tropical não é que o Brasil é a China, é a China do Sul, especialmente”, disse Foot comparando o Brasil a Yunnan, “a começar pelo clima, as florestas...fui no Jardim Botânico, parecia uma paisagem brasileira, clima muito quente, muito úmido, e as pessoas muito alegres, muito musicais, achei interessantíssimo”, explicou Foot indicando a similaridade como motivo do título original de sua obra.
Foot percebe um avanço no movimento de tradução de literaturas lusófonas na China, que não vê em outros países. Além disso, o estabelecimento de diversos Instituto Confúcio pelo Brasil mostra a abertura das autoridades educacionais brasileiras e o potencial para ampliar ainda mais o intercâmbio entre as instituições brasileiras e chinesas, afirmou ele.