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Chanceler do Brasil afirma que Israel visa "punição coletiva" em Gaza

Fonte: Xinhua    15.03.2024 13h44

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, criticou na quinta-feira o que chamou de "reação desproporcional" das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza e disse que as ações do governo de Benjamin Netanyahu não miram mais uma resposta para o Hamas, mas a "punição coletiva" do povo palestino.

As declarações de Vieira foram feitas durante sua participação em sessão da Comissão de Relações Exteriores do Senado para responder aos questionamentos de senadores sobre a posição brasileira no conflito entre Tel Aviv e o grupo Hamas.

Em sua fala, o chanceler disse que também era necessário condenar a "atrocidade" dos ataques do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023 e recordou que o governo brasileiro repudiou os ataques desde o primeiro momento.

"Israel tem o direito de defender a sua população, mas isso tem que ser feito dentro das regras do direito internacional. A cada dia que passa, no entanto, resta claro que a reação de Israel tem sido extremamente desproporcional. Não tem como alvo apenas os responsáveis pelo ataque [de 7 de outubro], mas todo o povo palestino. Trata-se de punição coletiva", afirmou o chanceler.

"A posição do Brasil é favorável ao diálogo e às negociações que conduzam a uma solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente", declarou à comissão do Senado.

O ministro confirmou ainda que viajará neste fim de semana ao Oriente Médio. Sua agenda prevê visitas à Ramala, capital da Palestina ocupada, na Cisjordânia, à Jordânia, ao Líbano e à Arábia Saudita. "A partir de domingo, eu farei essa viagem de quatro dias, um dia, em cada país", afirmou.

Em nota, o Palácio do Itamaraty, a chancelaria brasileira, informou que Vieira vai se reunir com os ministros das Relações Exteriores de cada um desses países. "Durante os encontros, o ministro Mauro Vieira passará em revista os principais pontos da agenda bilateral do Brasil com os respectivos países, sobretudo em temas como cooperação técnica, comércio e investimentos".

"Também discutirá questões regionais de relevância e interesse mútuo, em particular o conflito e a aguda crise humanitária que afeta a Faixa de Gaza e sua população, bem como as perspectivas do estabelecimento de um cessar-fogo e a eventual retomada das negociações visando alcançar uma paz duradoura no Oriente Médio", acrescentou a nota.

"As relações do Brasil com os países do Oriente Médio estão marcadas de forma muito positiva pela presença em nosso país de uma importante comunidade de origem árabe, o que contribui para a amizade que tradicionalmente caracteriza o diálogo do Brasil com essa região", ressaltou o Itamaraty.

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