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Brasil quer expandir vendas agrícolas à África e à Índia após paralisação de negociações Mercosul-UE

Fonte: Xinhua    15.03.2024 10h13

O governo brasileiro quer expandir as exportações agrícolas à África e à Índia, concentrando-se mais nos novos mercados, enquanto as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia estão paralisadas, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Em declarações à imprensa, Fávaro explicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende enviar uma missão empresarial com mais de 300 empresários à Índia em meados do ano, devido à crescente demanda indiana por produtos como frutas, sucos, café e feijão preto.

Fávaro disse também que há oportunidades para aumentar as vendas de carne e cereais para a África depois da viagem de Lula ao Egito e à Etiópia em fevereiro passado, quando o presidente se reuniu com líderes da União Africana.

"Ele vai lá, restabelece relações amistosas, reforça as relações diplomáticas e nos pede para fazer um acompanhamento com missões comerciais e para abrir mercados", afirmou Fávaro, após conversar com o presidente.

O governo está ampliando seu enfoque diante da paralisação das negociações sobre um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Os agricultores europeus temem que um acordo traga importações baratas de países com padrões ambientais mais baixos e o presidente francês Emmanuel Macron intensificou suas críticas no princípio deste ano.

O Brasil tem aproveitado a popularidade mundial de Lula para abrir 96 novos mercados desde o início de seu terceiro mandato. O número de frigoríficos autorizados a exportar para a China subiu para 146 em março, segundo o governo. Somente nesta semana, 38 abatedouros foram autorizados pela China a vender carne ao país e outros 39 aguardam aprovação.

Além disso, o Brasil recebeu nesta quarta-feira a aprovação para exportar carne bovina, suína e aves de criação às Filipinas através do sistema que reconhece a equivalência das inspeções sanitárias nos dois países e prescinde da necessidade de que as missões importadoras autorizem às plantas brasileiras a exportar.

"Esta era uma das demandas prioritárias do setor de proteínas animais", afirmou à imprensa o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.

Embora seja possível um avanço entre o Mercosul e a UE, o Brasil vê estas negociações comerciais em ponto morto, disse Fávaro. A França tem adotado uma postura mais protecionista em matéria de comércio e meio ambiente.

"Não vamos ficar sentados aqui nos lamentando porque está difícil superar essa barreira imposta pela comunidade europeia", afirmou o ministro. "Se não querem ampliar as relações comerciais com a agroindústria, vamos olhar os asiáticos, os africanos e o Oriente Médio", concluiu.

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