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Perfil: Xi Jinping, o reformador (2)

Fonte: Xinhua    13.03.2024 13h19
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A REFORMA NÃO IRÁ PARAR, A ABERTURA NÃO IRÁ CESSAR

Xi é considerado outro reformador notável no país depois de Deng Xiaoping.

Os dois líderes enfrentaram a mesma missão -- modernizar a China, mas contra cenários surpreendentemente diferentes.

Quando Deng lançou a iniciativa de reforma e abertura no final da década de 1970, o PIB per capita da China era de apenas cerca de US$ 200. Seu impulso por reformas começou quase do zero.

Em 2012, quando Xi foi eleito o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), a China tornou-se a segunda maior economia do mundo, com um PIB per capita superior a US$ 6.000. Mas o crescimento estava mudando de rumo e muitas vantagens, incluindo os custos laborais outrora baixos, começaram a diminuir.

Em vez de descansar sobre os louros de seus antecessores, Xi estava empenhado em realizar a reforma e não tinha ilusões quanto ao quão difícil seria.

"A parte fácil do trabalho foi feita para a satisfação de todos. O que resta são ossos duros e difíceis de mastigar", disse ele.

Durante a última década, foram implementadas mais de 2.000 medidas de reforma, permitindo ao país eliminar a pobreza extrema, promover o desenvolvimento urbano-rural integrado, combater a corrupção, apoiar as empresas, estimular a inovação e impulsionar uma "revolução verde".

Com as medidas de reforma, a economia chinesa não só sustentou um crescimento robusto, mas também mais do que duplicou desde 2012, consolidando o status global do país como um importante contribuinte para o crescimento.

A China encontra-se atualmente numa conjuntura crítica, em que Xi está liderando o país para realizar a ambiciosa "modernização chinesa" enquanto enfrenta novos desafios, como a pressão econômica para baixo após a pandemia da COVID-19, o aumento do protecionismo e a repressão por parte das nações ocidentais, e os riscos associados ao setor de imóveis, às dívidas de governos locais e a algumas instituições financeiras de pequena e média escala.

Xi reiterou a importância da reforma em uma sessão de estudo coletivo do Birô Político do Comitê Central do PCCh no início deste ano. Semanas depois, nas "duas sessões", sublinhou o aprofundamento das reformas em vários setores "para remover as barreiras que obstruem o desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade".

O papel crucial da reforma também foi destacado no relatório de trabalho do governo deste ano.

O relatório dedica uma seção ao aprofundamento da reforma, com destaque para melhorias nos sistemas que sustentam a economia de mercado, tais como a proteção dos direitos de propriedade, o acesso ao mercado, a concorrência justa e o crédito social. "Em última análise, o desenvolvimento de alta qualidade depende de reformas", escreveu.

Olhando para trás, o compromisso de Xi com a reforma tem sido consistente.

Quando ainda não tinha 16 anos, ele foi enviado para a aldeia de Liangjiahe, na Província de Shaanxi, para trabalhar na agricultura. Lá, ele experimentou fome. Deng iniciou reformas, acreditando que a China não poderia permanecer pobre. A aspiração de Xi naquela altura era garantir que seus amigos aldeãos pudessem ter o suficiente para comer.

Tal como Deng, a motivação de Xi para a reforma também decorre da aspiração do povo por uma vida melhor. As medidas de reforma que ele implementou em Liangjiahe, incluindo a introdução do biogás, o estabelecimento de uma ferraria e a abertura de uma loja de venda de necessidades diárias, visaram melhorar a subsistência dos aldeões.

O compromisso de Xi com a reforma foi influenciado por seu pai, Xi Zhongxun, um defensor da reforma e abertura. Em 1978, Xi Zhongxun foi enviado para a Província de Guangdong, no sul da China, como o principal funcionário, e mais tarde ajudou a construir as primeiras zonas econômicas especiais do país, incluindo Shenzhen.

Também em 1978, Xi Zhongxun confiou a Xi, que estudava na Universidade Tsinghua, a realização de pesquisas no campo sobre o sistema de responsabilidade contratual familiar na Província de Anhui. Ele preenchia um caderno inteiro com anotações, um acervo que preservou por muitos anos.

A reputação de Xi como reformador foi reforçada à medida que sua carreira política avançava.

No início da década de 1980, ele iniciou experimentos de reforma no empobrecido distrito de Zhengding, na Província de Hebei, começando com o ensaio de contrato de terras rurais, tornando Zhengding o primeiro em Hebei a adotar essa prática já testada nas províncias no sul do país.

Um artigo publicado na revista "China Youth" em 1985 descreveu a transformação do distrito, citando um secretário do Partido do distrito de uma província vizinha, que visitou Zhengding, dizendo: "Aqui, você não ouve pessoas gritando 'reforma', mas a reforma está acontecendo em todos os lugares."

"Olhando para trás, para aqueles anos, uma das coisas que alcançamos foi libertar o nosso pensamento", disse Xi, refletindo sobre as reformas em Zhengding.

Depois de Zhengding, Xi foi designado para trabalhar em Xiamen, uma zona econômica especial na Província de Fujian, onde ele liderou a criação do primeiro banco de joint venture da China -- o Banco Internacional de Xiamen. Depois de ascender ao cargo de governador de Fujian, Xi liderou a reforma do sistema de posse florestal coletiva, que mais tarde foi expandida para todo o país. Esta iniciativa é conhecida como mais um passo revolucionário para as zonas rurais da China, depois do sistema de responsabilidade contratual familiar.

Durante seu mandato na Província de Zhejiang, Xi propôs uma iniciativa inovadora para promover o desenvolvimento através da modernização industrial. Ele apoiou ativamente as empresas privadas e encorajou os empresários a "visitarem diretamente" seu escritório por assuntos importantes. Também estendeu as reformas em Zhejiang para além da esfera econômica, abordando aspectos sociais, culturais e ecológicos.

A imagem reformadora de Xi deixou uma profunda impressão para figuras internacionais. Em setembro de 2006, Henry Paulson, então secretário do Tesouro dos EUA, visitou a China e escolheu Hangzhou, capital de Zhejiang, como sua primeira parada. Ele considerou Xi a "escolha perfeita" para seu encontro inicial na China, descrevendo-o como "o tipo de cara que sabe como fazer das coisas ultrapassarem a linha do gol".

Paulson contou mais tarde que durante uma reunião com Xi em 2014, o líder chinês declarou: "A minha preocupação é principalmente a reforma e questões relacionadas".

Depois de assumir o mais alto cargo do Partido em 2012, a primeira inspeção nacional de Xi levou-o a Shenzhen. Lá, ele colocou uma cesta de flores na estátua de bronze de Deng Xiaoping no Parque Lianhuashan, declarando um firme compromisso com a reforma: "A reforma não irá parar e a abertura não irá cessar!"

A 3ª Sessão Plenária do 18º Comitê Central do PCCh, convocada em 2013 sob a liderança de Xi, é anunciada como um marco, tal como a 3ª Sessão Plenária do 11º Comitê Central do PCCh de Deng em 1978, que inaugurou a era da reforma. O evento de 2013 marcou o início de uma nova era de reforma.

Durante esta sessão, Xi listou uma série de desafios enfrentados pelo desenvolvimento da China, incluindo corrupção, desenvolvimento insustentável e questões ambientais. Ele enfatizou que "a chave para resolver estes problemas reside no aprofundamento da reforma".

A sessão aprovou uma decisão sobre "questões importantes relativas ao aprofundamento abrangente das reformas". Um jornal espanhol comentou que Xi iniciou as mais profundas reformas econômicas, sociais e administrativas na China ao longo de 30 anos.

Mais de um mês depois, a China anunciou a decisão de estabelecer o Grupo Dirigente Central para o Aprofundamento Abrangente da Reforma, liderado por Xi. Isto marcou a primeira vez na história do Partido que um órgão de liderança exclusivamente dedicado à reforma foi estabelecido no nível central. Mais tarde, este grupo evoluiu para a Comissão Central para o Aprofundamento Abrangente da Reforma, com Xi como seu diretor.


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