O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, afirmou nesta segunda-feira que as reações contra a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o conflito em Gaza são injustas e estão motivadas pela defesa do governo brasileiro à criação imediata de um Estado palestino.
"Esta campanha (contra Lula) começou, indiretamente, porque Lula defende o reconhecimento imediato do Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU. "É isso que está por trás de toda essa campanha e Netanyahu tem dito categoricamente que não aceitará a existência de um Estado palestino", disse Alzeben.
Para o embaixador palestino, como o governo israelense rejeita esta solução, ataca o presidente brasileiro.
"Ele [Netanyahu] não aceitará nenhuma intervenção de uma influência externa. Não quer negociar com os palestinos. Está matando os palestinos e não quer que ninguém intervenha neste assunto", comentou Alzeben.
Na semana passada, Netanyahu afirmou que Israel continuaria se opondo ao "reconhecimento unilateral de um Estado palestino". Para o primeiro-ministro, tal reconhecimento representaria uma recompensa pelo atentado do Hamas de 7 de outubro.
No plano internacional, o Brasil defende um "Estado palestino economicamente viável que viva ao lado de Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluam a Faixa de Gaza e Cisjordânia, com Jerusalém Leste como capital".
"Condenou clara e publicamente Hitler e o nazismo. Sua posição também é solidária com os judeus que foram alvo de genocídio. Um genocídio que condenamos e que todo mundo com consciência viva deve condenar", acrescentou.
Nesta segunda-feira, o governo de Israel declarou o presidente Lula como "persona no grata".
Em resposta, o governo brasileiro chamou para consultas seu embaixador em Tel Aviv, Frederico Meyer, e convocou o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, para uma reunião com o chanceler Mauro Vieira.
