Por Xi Pu
China e países da América Latina e Caribe sempre gozam de apoio mútuo e solidariedade que transcendem a longa distância geográfica. Sob a orientação da diplomacia presidencial, as relações China-América Latina e Caribe entraram em uma nova era de igualdade, benefícios mútuos, inovação e abertura para os povos. Este ano, apesar da fraca recuperação da economia mundial e mudanças profundas na situação internacional e regional, as interações presidenciais entre a China e a região suprareferida conseguiram vários avanços, e trazem três certezas às relações entre a China e a Região.
Certeza 1: Aprofundamento contínuo
No ano presente, o Presidente da China Xi Jinping manteve reuniões e encontros com vários dirigentes da Região que vieram para visitar ou participar de fórum internacional na China. São 8 chefes de Estado—Brasil, Honduras, Guiana, Venezuela, Chile, Argentina, Colômbia, Uruguai e 2 chefes de Governo—Barbados e Cuba. Além disso, encontrou-se com o Presidente de Cuba e Presidentes de México e Peru respectivamente à margem da Cúpula do BRICS e da Reunião dos Líderes das Economias da APEC. Mais ainda, manteve conversa telefônica com presidente da Nicarágua, e trocou cartas e mensagens com dirigentes de múltiplos países da região. Vale ressaltar que recebeu em junho a visita histórica da Presidente de Honduras Xiomara Castro, apenas dois meses após o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Dá para ver dessa agenda tão intensiva de diplomacia presidencial como é que a China valoriza o seu relacionamento com a Região.
Com isso, as relações entre a China e muitos outros países da Região conseguiram atualizar-se no presente ano. Foram elevadas respectivamente para a Parceria Estratégica a Toda Prova e Todo Tempo e para a Parceria Estratégica Global as Relações China-Venezuela e as Relações China-Uruguai, e foram estabelecidas parcerias estratégicas entre China e Colômbia e China e Nicarágua, abrindo futuro para intercâmbio e cooperação entre as partes em todos os setores.
Certeza 2: Partilha de oportunidades da modernização chinesa
A China oferecerá novas oportunidades para o desenvolvimento global com novos êxitos da modernização chinesa. É o tema mais citado pelo Presidente Xi Jinping em conversas com dirigentes da Região, e recebeu apreço da parte latino-americana e caribenha. No ano corrente, nos impressionaram também os destaques nas áreas emergentes como a economia digital, desenvolvimento verde, setor aeroespacial e biomedicina, além da cooperação nas áreas tradicionais—política, entre partidos políticos, comércio, infraestruturas, inspeção e quarentena, cultura, educação e bem-estar das pessoas.
Já a cooperação Cinturão e Rota, uma prática internacional da modernização chinesa, dá novo ímpeto à modernização dos países da Região e dos outros países em desenvolvimento. Em outubro passado, o exitoso Terceiro Fórum Cinturão e Rota para Cooperação Internacional contou com participação ativa dos países latino-americanos e caribenhos. O Presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que a Iniciativa Cinturão e Rota, em seus 10 anos, tem permitido melhorar de maneira significativa e notória a conectividade entre seus países participantes, tal como na história, a Rota da Seda significou a integração pacífica e compreensão entre os povos. Não foi só isso. Argentina, Chile e Uruguai assinaram com a China planos para cooperação Cinturão e Rota. Dirigentes de muitos países da Região manifestaram disposição de aprofundar cooperação Cinturão e Rota de alta qualidade com a China. Os oito grandes passos que a China tomará para apoiar a busca comum pela cooperação Cinturão e Rota de alta qualidade anunciados pelo Presidente Xi Jinping na abertura do fórum, darão espaço mais amplo para a modernização dos países da Região.
Certeza 3: Defesa conjunta da justiça e equidade internacional
Mesmo separados por mares, a China e países da Região se opõem à hegemonia, persistem no verdadeiro multilateralismo e defendem juntos justiça e equidade internacional, e mantêm intercâmbio e coordenação sobre os grandes temas internacionais e multilaterais.
O Presidente Xi Jinping destacou no seu discurso da 7ª Cúpula da CELAC, na qual participou de maneira virtual, que a China está disposta a trabalhar com os países da América Latina e Caribe para apoiar-se mutuamente e avançar de mãos dadas, reforçar a paz e o desenvolvimento global, e promover a formação de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade.
O Presidente brasileiro Lula afirmou que gostaria de trabalhar com a China para defender juntos o multilateralismo e reforçar intercâmbio e coordenação nos âmbitos de G20 e BRICS. Vários outros dirigentes da Região expressaram apreço e apoio à ideia de formar uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade e à Iniciativa Global para Desenvolvimento, Iniciativa Global para Segurança e Iniciativa Global para Civilizações. Entre estes, Mia Mottley, a Primeira-Ministra de Barbados, frisou que as iniciativas propostas pelo Presidente Xi Jinping refletem respeito mútuo e futuro compartilhado, e apontaram a direção para o desenvolvimento do mundo.
O ano 2023, que já está no seu fim, é um ano de destaque e da colheita para a diplomacia presidencial entre a China e os países da América Latina e Caribe. As certezas nas relações entre estes podem ajudar com o enfrentamento das incertezas que desafiam cada um, e trazem mais benefícios para os chineses e latino-americanos.
(O autor é observador de assuntos internacionais em Beijing)