Agropecuária e comércio com a China impulsionam a balança comercial brasileira para um superávit recorde

Fonte: Xinhua    21.09.2023 11h10

A balança comercial brasileira deve alcançar um superávit de US$ 80 bilhões em 2023, impulsionado pela agropecuária e pelo comércio com a China, segundo previsão do relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado na terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De janeiro a agosto deste ano, o superávit comercial brasileiro foi de US$ 62,4 bilhões, superando o montante de US$ 61,8 bilhões arrecadados em todo o ano de 2022.

O superávit da agropecuária somou US$ 53,4 bilhões entre janeiro a agosto deste ano, seguido de US$ 33,4 bilhões registrados pela indústria extrativa. Por outro lado, a indústria de transformação teve um déficit comercial de US$ 24,1 bilhões no período.

"A agropecuária lidera as exportações, seguida da indústria extrativa, com aumento de volume num cenário de recuo nos preços", frisou a FGV. "Uma projeção pessimista seria de um superávit ao redor de US$ 70 bilhões (em 2023), pouco provável, e um otimista ao redor de US$ 80 bilhões."

O Icomex destaca que a balança comercial do Brasil tem mostrado superávit através de um aumento do volume exportado e um recuo no volume importado, enquanto os preços recuaram para ambos os fluxos.

De janeiro a agosto de 2023, o volume exportado cresceu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 1,6%. Os preços das exportações recuaram 8,2%, e os das importações caíram 8,7%. Em valores, as exportações caíram 0,1% no acumulado do ano, enquanto as importações recuaram 10,4%.

De janeiro a agosto, a China continuou sendo o principal destino das vendas de produtos brasileiros, adquirindo 30,2% de tudo que foi exportado pelo Brasil, seguida pela União Europeia (13,5%), Estados Unidos (10,5%) e Argentina (5,6%).

"O superávit com a China representou 53% do saldo positivo da balança comercial em 2022 e em 2023, até agosto", destacou a FGV.

No comércio com a China, o Brasil passou de um superávit de US$ 23,1 bilhões de janeiro a agosto de 2022 a um superávit de US$ 33,1 bilhões de janeiro a agosto de 2023.

"Em termos de valor, as exportações só cresceram (no acumulado do ano) para a China (8,0%) e Argentina (19,7%) e as importações recuaram para todos os mercados", completou a FGV.

O informe do Icomex mantém a expectativa de menor crescimento das exportações brasileiras até o final do ano.

"Não obstante, é possível que as recentes medidas do governo chinês para estimular o consumo possam ter novos efeitos positivos sobre as exportações agrícolas. No caso das importações, as revisões com viés de alta do crescimento do PIB poderão estimular o aumento das importações", concluiu a FGV.

(Web editor: Beatriz Zhang, 符园园)

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