O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que seu país está disposto a cooperar com a China para resistir à hegemonia unipolar e ao confronto de blocos, além de salvaguardar a equidade e a justiça internacionais.
Putin fez as observações ao se reunir com Wang Yi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PCCh, em São Petersburgo.
Putin disse que a visita do presidente chinês, Xi Jinping, à Rússia, em março deste ano, marcou uma nova era na relação entre os dois países. Desde então, importantes acordos firmados entre os dois lados têm sido implementados de forma constante, gerando resultados positivos em vários campos, como cooperação econômica e comercial, intercâmbios culturais e esportes.
Ele disse que a Rússia superou o impacto das sanções unilaterais impostas pelos países ocidentais e que sua economia começou a se recuperar e a funcionar normalmente este ano, acrescentando que a Rússia está pronta para fortalecer o planejamento e para aprofundar a cooperação prática com a China.
Putin enfatizou que a Rússia aprecia muito e apoia firmemente a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), se opõe a distorções e difamações contra a iniciativa e está disposta a melhorar o alinhamento entre a União Econômica Eurasiática e a ICR para promover a integração regional.
Putin afirmou que a evolução da atual situação internacional valida totalmente a avaliação estratégica do presidente Xi de que o mundo está passando por grandes mudanças nunca vistas em um século. Por meio dos esforços coletivos da Rússia, da China e de outras partes, o BRICS expandiu o número de países com sucesso este ano, levando a cooperação do BRICS a um novo patamar. A Rússia está disposta a manter uma estreita coordenação com a China dentro de estruturas multilaterais, como a Organização de Cooperação de Shanghai e o mecanismo do BRICS, para resistir à hegemonia unipolar e ao confronto de blocos, e para salvaguardar a equidade e a justiça internacionais.
Wang, por sua vez, disse que os chefes de Estado dos dois países tiveram uma reunião bem-sucedida este ano, delineando conjuntamente um novo plano para a parceria de coordenação estratégica abrangente China-Rússia na nova era. Isto proporcionou uma direção clara e injetou um forte impulso para o desenvolvimento futuro das relações bilaterais.
Wang observou que, durante sua visita atual, ele teve discussões abrangentes com Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, e com o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, sobre a cooperação em vários campos entre os dois países.
Wang disse que a China está disposta a trabalhar em conjunto com a Rússia, tomando o importante consenso alcançado pelos chefes de Estado dos dois países como diretriz fundamental para aumentar a confiança mútua estratégica, aprofundar a cooperação prática e consolidar ainda mais a opinião pública e a base social da amizade entre a China e a Rússia.
Ele disse que, diante de uma situação internacional complexa, o mundo está se movendo rapidamente em direção à multipolaridade, a globalização econômica está progredindo perante contraventos, as ações unilaterais são insustentáveis e o hegemonismo não é popular. Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e a Rússia têm responsabilidades importantes na promoção do desenvolvimento e do progresso globais. Ambos os lados precisam fortalecer sua cooperação estratégica multilateral, proteger seus direitos e interesses legítimos e fazer novos esforços para promover a ordem internacional em direção à equidade e à justiça.
As duas partes trocaram também opiniões sobre a atual situação internacional e regional. Em relação à questão da Ucrânia, Putin reiterou a disposição da Rússia de resolvê-la por meio do diálogo e da negociação.
Durante sua visita à Rússia, Wang Yi também copresidiu a 18ª rodada de consultas estratégicas de segurança China-Rússia, participou de uma reunião entre altos representantes da China, Rússia e Mongólia sobre questões de segurança, além de se reunir separadamente com Lavrov, e Jadamba Enkhbayar, secretário do Conselho de Segurança Nacional da Mongólia.