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Fabricantes chineses de veículos elétricos planejam expansão na América Latina

Fonte: Diário do Povo Online    31.08.2023 10h24

Veículo elétrico da BYD em Salvador, capital do estado da Bahia, Brasil, em 4 de julho. Foto: Wang Tiancong/Xinhua

Empresas injetam bilhões para explorar mercados no Brasil, Chile, Argentina

Os fabricantes chineses de veículos eléctricos estão cada vez mais concentrados na América Latina e nas Caraíbas, investindo fortemente neste mercado crescente de 665 milhões de pessoas.

Brasil, Chile e Argentina são os últimos locais onde as empresas chinesas de veículos elétricos estão injetando bilhões de yuans para explorar os crescentes mercados automotivos regionais.

As autoridades brasileiras aprovaram recentemente a construção de um complexo de veículos elétricos do fabricante chinês BYD, que custará US$ 622 milhões e criará mais de 5.000 empregos.

A fábrica será construída no local deixado pela Ford Motor Company em Camaçari, município industrial estrategicamente importante do Grande Salvador, próximo ao porto de Aratu, na Bahia.

O complexo será composto por três fábricas. Uma para ônibus elétricos e chassis de caminhões, outra para carros híbridos e elétricos com capacidade anual inicial de 150 mil unidades e uma terceira instalação para processar fosfato de lítio e ferro e exportá-los para o mercado global.

“Essas novas fábricas na Bahia possibilitarão a inovação e a implementação dos mais altos padrões de tecnologia. Isso permitirá a introdução e aceleração da eletromobilidade no país, um passo fundamental para combater as mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, afirmou a vice-presidente executiva da BYD, Stella Li.

A BYD quer também investir em outros setores, como energia eólica, transporte e mobilidade urbana, não apenas no Brasil, mas também nos vizinhos Argentina e Chile.

No Chile, a BYD, com sede em Shenzhen, anunciou um investimento de US$ 290 milhões para explorar o lítio, um elemento-chave das baterias. Em 2022, a empresa conseguiu um contrato para extrair até 80 mil toneladas de lítio.

“O Chile tornou-se o melhor exemplo de adaptação e visão para o futuro, demonstrando que sua estabilidade e compromisso com a inovação o posicionaram como líder na América Latina”, disse Li.

O acesso a mais lítio consolidará a posição da China como fabricante líder de baterias para veículos elétricos.

Dados da Delta Analysis, um rastreador do mercado de baterias de lítio e EVs, demonstram que as importações de carbonatos de lítio pela China cresceram nos últimos anos, com o país importando 10.876 toneladas somente em dezembro de 2022, cinco vezes mais que no mesmo mês de 2019. Nesse mesmo ano, a China exportou cerca de 51 mil milhões de dólares em baterias de iões de lítio.

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