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Respeito mútuo considerado fundamental para as relações sino-britânicas

Fonte: Diário do Povo Online    31.08.2023 09h43

O vice-presidente chinês Han Zheng reuniu-se com o secretário de Estado para Assuntos Estrangeiros, da Commonwealth e do Desenvolvimento do Reino Unido, James Cleverly

Beijing sublinhou nas conversações de alto nível na quarta-feira a urgência da China e do Reino Unido demonstrarem respeito mútuo, enfrentarem conjuntamente os desafios climáticos globais e estimularem o comércio e o investimento bidirecionais.

O vice-presidente Han Zheng e o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, reuniram-se separadamente em Beijing com o secretário de Estado para Assuntos Estrangeiros, da Commonwealth e do Desenvolvimento do Reino Unido, James Cleverly.

A visita oficial de Cleverly à China na quarta-feira foi a primeira de um secretário de Relações Exteriores do Reino Unido em exercício ao país em cinco anos.

Os observadores notaram que palavras-chave como "global" e "comunicação" demonstram o terreno comum partilhado por ambos os lados na reunião, reflectindo a boa vontade expressa pelas duas partes para reparar os laços tensos.

O vice-presidente Han conhece bem a comunidade política britânica, pois participou na cerimónia de coroação do rei Carlos III e em atividades relacionadas como representante especial do presidente Xi Jinping em maio.

Nas conversações com Cleverly, ele observou que a China e o Reino Unido mantêm relações diplomáticas em nível de embaixador há mais de meio século e “alcançaram resultados positivos na cooperação prática em vários setores”.

Ele sublinhou as identidades comuns das duas nações: membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e das principais economias globais.

Face aos riscos e desafios da actual situação internacional, a China e o Reino Unido "devem defender o espírito do respeito mútuo e da cooperação vantajosa para ambas as partes, cuidar dos interesses fundamentais e das principais preocupações de cada um, manter a comunicação nos assuntos internacionais e regionais, e promover conjuntamente a paz e o desenvolvimento mundial".

A China está há muito tempo entre os maiores mercados de exportação do Reino Unido. No ano passado, a China foi o segundo maior parceiro comercial do Reino Unido em importações e o quinto maior em exportações de bens, de acordo com o Gabinete de Estatísticas Nacionais do Reino Unido.

Este ano, o Reino Unido é o país convidado de honra para a Feira Internacional de Comércio de Serviços da China de 2023, cuja abertura está programada para este fim de semana em Beijing.

Durante a reunião, Han observou também que a cooperação econômica e comercial é a base para o desenvolvimento sólido e estável das relações China-Reino Unido.

Ele apelou aos dois governos para "criarem um ambiente de negócios favorável às empresas e explorarem activamente novos pontos de crescimento para a cooperação pragmática".

O Reino Unido aprecia a importante contribuição da China para a economia mundial e a redução da pobreza, e está disposto a fortalecer os intercâmbios de alto nível e a comunicação estratégica com a China para construir consensos e aprofundar a cooperação, acrescentou.

Na sua reunião com Cleverly, o ministro das Relações Exteriores da China Wang Yi disse que a visita do secretário dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido reflecte a importância e a atitude positiva atribuída aos laços com a China, e disse que os dois países "deveriam conduzir e intensificar intercâmbios regulares em vários domínios".

Londres deveria "respeitar os interesses fundamentais da China e honrar fielmente a política de Uma Só China", prosseguiu, acrescentando que os dois países precisam defender conjuntamente a paz e a estabilidade mundiais, intensificar a coordenação macropolítica e promover o diálogo intercultural.

A visita foi realizada num momento em que as relações foram ofuscadas pela recente agenda política de Londres e pelos comentários sobre temas como Xinjiang, Taiwan e Hong Kong.

Antes da sua visita, Cleverly disse: “Nenhum problema global significativo – desde as alterações climáticas à prevenção de pandemias, da instabilidade econômica à proliferação nuclear – pode ser resolvido sem a China”.

Muitos responsáveis e observadores políticos manifestaram-se e apelaram ao Reino Unido para que não se deixe enganar por vozes que defendem a "dissociação" ou a "redução dos riscos".

Afirmaram também que é fundamental que Londres tome medidas tangíveis para restaurar a confiança com Beijing, ao mesmo tempo que procura maiores benefícios no comércio e no investimento.

Rebecca Choong Wilkins, correspondente governamental e política da Ásia para a Bloomberg News, disse num artigo que, "Pode ser agora ou nunca para o Reino Unido reparar a sua relação prejudicada com a segunda maior economia do mundo".

Tian Dewen, vice-diretor do Instituto de Estudos Russos, do Leste Europeu e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que "espera-se que a cooperação China-Reino Unido desempenhe um papel positivo" quando o Reino Unido procurar encontrar uma nova maneira de melhorar a sua autonomia econômica e envolver-se numa ampla cooperação internacional.

Steve Tsang, diretor do SOAS China Institute em Londres, disse à Associated Press: "Precisamos conversar com a China, precisamos ter canais de comunicação eficazes com a China - mesmo que não concordemos em nada - porque a China importa".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse aos repórteres na terça-feira que “manter e aumentar as relações bilaterais serve aos interesses comuns dos povos de ambos os países”.

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